A parceria entre Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) e o município do Vale do Taquari pode ser o pontapé inicial para a transformação de gás metano em natural. A tecnologia utilizada para a metamorfose já existe na Alemanha, mas não no Brasil. Na última sexta-feira (25/5) técnicos da Sulgás e investidores gaúchos e do Rio de Janeiro visitaram propriedades de produtores de suínos de Capitão. Os animais expelem em grande quantidade metano, matéria-prima para o beneficiamento do gás natural.
Conforme o presidente da Sulgás, Artur Lorentz, a proposta está em fase de estudos. "Mas no ritmo em que segue a negociação acredito que possamos firmar acordo dentro de um mês. A idéia é instalar em Capitão um projeto-piloto para o país." Em princípio os cerca de 80 criadores do município forneceriam os dejetos dos suínos para ser transformados em gás natural através de um processo chamado biodigestor. "No futuro pretendemos implantar centrais de gás pelo interior. Se isso se confirmar deve baratear o preço do Gás Natural Veicular (GNV), que hoje só é encontrado pelas revendedoras do Estado em Porto Alegre", projeta Lorentz.
Mas além da questão econômica a iniciativa pode contribuir com o meio ambiente. "Hoje nossa principal dor de cabeça é a finalidade a ser dada para os dejetos suínos, já que o metano é mais poluente que o gás carbônico", explica o prefeito de Capitão Jari Hunhoff. Em função da dificuldade de destinação desses resíduos o município evita incentivar que novos produtores invistam no segmento. "Com o projeto podemos contornar o problema." O presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, também mostra-se favorável à iniciativa. "Lógico que o projeto ainda depende de diversos estudos, mas a idéia é válida, uma vez que o aumento da produção hoje esbarra na questão ambiental."
(O Informativo do Vale, 30/05/2007)