O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) divulga nesta semana uma portaria com novas normas para utilização dos chips eletrônicos que medem o consumo de energia. As novas regras a serem cumpridas pelos fabricantes do produto foram adotadas depois que ficou constatado um defeito nos chips usados pela distribuidora de energia Ampla, na aferição do consumo de 243 mil estabelecimentos em seis municípios do Rio.
Segundo o diretor de Metrologia do Inmetro, Jorge Luiz Seewald, o erro na medição feita pelos aparelhos eletrônicos equipados com esse chip, fabricado pela empresa Landis & Gyr, ocorre quando há baixa qualidade no fornecimento de energia, com bruscas variações na tensão. Ele afirmou que esse tipo de alteração não foi registrado nos medidores
convencionais, ou seja, eletromagnéticos.
"Este tipo de medidor é suscetível a esse tipo de problema, mas os outros não. A diferença de fase no fornecimento de energia [o que causou a variação na medição do consumo] pode ter ocorrido com outros tipos de medidores, mas a variação na medição do consumo só foi percebida nos aparelhos que usam o chip", informou Seewald.
O erro na medição foi denunciado pelo comerciante Alex Xander Alves, dono de uma padaria em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que teve um aumento de mais de 50% em sua conta de luz. Segundo a ouvidoria do Inmetro, outros 17 consumidores atendidos pela Ampla registraram o mesmo tipo de reclamação.
De acordo com Seewald, a nova portaria do Inmetro também insistirá na obrigatoriedade da inclusão de um dispositivo que permita aos consumidores terem o controle do consumo.
"São mostradores, através dos quais o consumidor terá melhor acesso à medição, para que ele não espere chegar a conta e tenha uma surpresa. Esse dispositivo vai resolver os problemas de fuga [de energia] com muito mais rapidez e reduzirá o número de reclamações", afirmou Seewald.
Em nota oficial, a Ampla afirmou que o caso do comerciante Alex Xander foi isolado e que "em nenhum momento o cliente pagou algum valor errado pelo consumo de energia. Assim que foi detectada a inconsistência, o equipamento de medição do cliente foi imediatamente substituído por outro Ampla Chip, estando o cliente com o seu consumo regularizado até o momento".
(Por Flávia Martin, Agência Brasil, 29/05/2007)