BRASIL JÁ GANHOU PRÊMIOS POR MELHORES PRÁTICAS URBANAS
2001-11-07
O Brasil já ganhou dois dos três prêmios mundiais entregues pela ONU às melhores práticas urbanas. Em 1996, em Istambul, na Turquia, um projeto do Ceará, que visa a reabilitação de favelas contando com a participação de comunidades locais, saiu vencedor. No ano passado, foi a vez de o Amapá levar o prêmio de US 30 mil (cerca de R$ 80 mil), em Dubai, nos Emirados Árabes. O trabalho Segurança Pública, Direitos Humanos e Cidadania, que consiste em melhorar a relação entre policiais e cidadãos, foi o vencedor. -Os projetos brasileiros são considerados inovadores e muito interessantes. Há vários países, inclusive os industrializados, que estão levando as práticas do Brasil para serem aplicadas em suas comunidades, afirmou Stephen Walsh, assessor do Centro das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos. Das 12 iniciativas elencadas pela ONU este ano, uma vai representar o país em Dubai, em 2002. O projeto concorrerá com outros 150 de várias partes do mundo. É de uma importância incrível para todos nós o reconhecimento da ONU. Tivemos muita resistência da sociedade no começo do projeto. Trabalhamos com um público que não sabia ler, nem escrever e com baixíssimas condições de sobrevivência. É um sonho que foi realizado, afirmou André Luis de Paula Marques, coordenador do projeto Amigos do Lixo, de Guaratinguetá. O trabalho criou condições para a formação de uma cooperativa de reciclagem de lixo e conta hoje com uma centena de participantes. Inscritos Em 2001, foram inscritos 43 projetos de várias partes do Brasil. Os municípios da região Sul participaram com o maior número de inscrições. Para ser selecionada, a iniciativa precisa ter três características básicas: gerar parcerias entre duas ou mais entidades (governo, município, ONGs ou setor privado), ter sustentabilidade financeira e promover a inclusão social. Dentre as 12 práticas selecionadas, há trabalhos que utilizam alta tecnologia, como o desenvolvido pelo Cenbio (Centro Nacional de Referência em Biomassa), de São Paulo. A iniciativa, que tem parceria com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), está criando mecanismos para transformar os gases residuais do tratamento do esgoto em energia elétrica. Há também projetos que se amparam em uma ampla mobilização social, como é o caso de Escola Casa Aristides - Artes em Resíduos Sólidos, de Nova Lima (MG). O programa usa recursos artísticos como o teatro e a reciclagem de material para despertar a consciência ambiental na população do município. (Agência Folha)