As polícias Civil e Federal do Pará estão investigando, há mais de dois anos, esquemas e transações fraudulentas no setor madeireiro da região sudeste do Pará. Depois que a polícia e o Ibama intensificaram as investigações sobre as ramificações da 'Máfia das notas frias', uma série de assassinatos, com características de crimes de encomenda, vem ocorrendo nos municípios da região.
Na sexta-feira, 27, mais um crime foi registrado na cidade de Paragominas, a 300 quilômetros de Belém. Frankilan da Silva Alencar, 30 anos, paraense, foi executado com quatro tiros às proximidades do Parque de Exposições Almícar Tocantins. Ele foi surpreendido por um homem que usava capacete para não ser identificado, quando apanhava a namorada na porta de uma escola. A vítima chegou a ser socorrida, mas chegou morta ao Hospital Municipal de Paragominas. O assassino fugiu na traseira de uma motocicleta logo após efetuar os disparos. O delegado Magno Costa, que recentemente assumiu a direção da Seccional de Paragominas, é quem está investigando o crime.
Frankilan Alencar tinha ligações com o comerciante de carros Ricardo Oliveira Vieira, o 'Ricardinho', que foi executado a tiros dentro de seu carro, na cidade de Paragominas.
Conforme informações repassadas a O LIBERAL, o comerciante Ricardinho foi abordado, ainda dentro de seu veículo, por um elemento desconhecido. O pistoleiro disparou dois tiros contra o motorista, atingindo em cheio a cabeça e o braço da vítima. Ricardinho ainda chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e já deu entrada no Hospital de Paragominas morto.
Na hora do crime a vítima estava acompanhada do cunhado, de prenome Elton, que também foi baleado na altura da garganta e está internado em estado grave.
Em conversa com a reportagem, o delegado Antônio Collino, que presidia o inquérito que apura a morte de Ricardo Vieira, disse que as informações obtidas com a mulher de Ricardinho, de nome Roseane, que estava dentro da residência no momento do crime, dão conta que o homem que matou Ricardinho fugiu em uma motocicleta vermelha dirigida por outro homem, que estava próximo ao local do crime. Testemunhas disseram que a moto seguiu rumo à rodovia dos Pioneiros, que dá acesso a sítios, fazendas e outros municípios. Conforme as declarações da mulher, Ricardinho vinha recebendo ameaças de morte por telefone.
Em contato com O LIBERAL, o delegado superintendente da zona guajarina, Silvio Maués, disse que policiais da Delegacia de Roubos e Furtos já vinham investigando as atividades de Ricardinho. Maués disse ainda que a vítima já tinha passagem pela Polícia, pois seria envolvida com transações ilegais envolvendo compra e venda de veículos. Com isso, a Polícia acredita que o crime tenha sido cometido por conta de 'queima de arquivo ou acerto de contas'. O delegado adiantou, no entanto, que a Polícia não descarta outras hipóteses.
(
O Liberal, 28/05/2007)