A Justiça Federal do Mato Grosso concedeu liberdade aos agropecuaristas londrinenses Ivo e Ilton Vicentini, presos há 13 dias em Londrina sob suspeita de crime ambiental. Ambos tiveram o pedido de prisão preventiva indeferido pelo juiz da 1 Vara Federal de Cuiabá, Julier Sebastião da Silva. Das cinco pessoas presas em Londrina durante a operação Mapinguari, somente o fazendeiro Flávio Turquino permanece sob custódia da Polícia Federal (PF).
Em seu despacho, emitido na última sexta-feira, o juiz aponta que ''à luz das provas existentes até o momento'', os Vicentini não seriam mais proprietários de áreas no interior e entorno do Parque Indígena Xingu e, portanto, a tese de garantia de ordem pública não justificaria a manutenção das prisões.
Já Flávio Turquino integraria uma lista de proprietários rurais ou arrendatários de imóveis na região que ''são responsáveis, segundo os documentos carreados para os autos, pela invasão, ocupação e exploração ilegal da madeira na área constitucionalmente protegida''. Ele teve a prisão preventiva decretada junto com outras 18 pessoas de quatro estados.
Até a tarde de ontem (28/05), entretanto, Turquino não se encontrava detido na delegacia da PF. Segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal do MT, o juiz recebeu da Polícia Federal a notícia de que Turquino precisou ser internado. Conforme a reportagem apurou, ele se encontrava em uma clínica particular da cidade.
Os presos na Operação Mapinguari - proprietários rurais, madeireiros, empresários, grileiros, índios, técnicos, consultores ambientais e servidores públicos - são suspeitos de integrar uma ação organizada de exploração ilícita de florestas no Parque Xingu. O MP tem 15 dias, a partir dos decretos de prisão preventiva, para apresentar denúncia contra os suspeitos. Dez pessoas que tiveram a prisão temporária decretada continuam foragidas e cerca de 20 já foram libertadas.
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Folha de Londrina, 29/05/2007)