Brasil e Bolívia devem chegar a um acordo pelo qual o fornecimento de gás natural para a termoelétrica Mário Covas, a TermoCuiabá, aumentará do atual 1,1 milhão de metros cúbicos para 1,5 milhão de metros cúbicos por dia.
Representantes do governo e do setor privado dos dois países se reuniram ontem (28/05) na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro e, segundo fontes que acompanham as negociações, caminhavam para um acordo com esses valores. Se confirmado o volume, o fornecimento de gás ficará aquém do que pretendia o Brasil: 2,2 milhões de metros cúbicos por dia.
Em fevereiro, Brasil e Bolívia fecharam acordo para aumentar o preço do gás vendido para a TermoCuiabá de US$ 1,19 para US$ 4,20 por milhão de BTU (unidade britânica para medição do gás). O acordo também previa que a Bolívia ampliasse o fornecimento à termoelétrica, de 1,1 milhão de metros cúbicos para 2,2 milhões de metros cúbicos por dia.
Segundo fontes do governo, os bolivianos disseram, porém, que não teriam como fornecer todo esse gás. Diante do recuo boliviano, investidores privados que controlam a usina termoelétrica solicitaram a ajuda do governo para negociar com a estatal petrolífera boliviana YPFB.
Fontes próximas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diziam, há duas semanas, que o reajuste do preço do gás não seria concretizado se a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) não se comprometesse, por escrito, a fornecer os 2,2 milhões de metros cúbicos.
Ontem, porém, os entendimentos caminhavam para uma posição mais branda em relação à Bolívia, com o lado brasileiro aceitando 1,5 milhão de metros cúbicos diários. Pelo acordo que ainda recebia os últimos retoques, a YPFB continuaria fornecendo esse volume até 2010. Só então o volume subiria para os 2,2 milhões de metros cúbicos por dia.
Outro ponto pendente da negociação era o preço do gás. A Bolívia quer que o reajuste entre em vigor retroativamente ao dia 15 de maio. O pedido foi recusado pelos brasileiros.
(Por Leonardo Goy,
Estado de S. Paulo, 29/05/2007)