Representantes de associações de moradores e ambientalistas esperam conseguir na Justiça a anulação da audiência pública realizada no último sábado para definir as propostas de alteração no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) de Porto Alegre. A semana será dedicada à obtenção de provas sobre a suposta manipulação no processo de votação. Mesmo com as denúncias, a Secretaria Municipal de Planejamento mantém o cronograma que prevê uma nova audiência no próximo sábado para dar prosseguimento à votação das propostas do PDDUA.
Distribuição de lanche e oferta de transporte aos participantes motivaram o pedido de anulação da audiência feito por integrantes do Movimento Porto Alegre Vive, que congrega diferentes associações de bairro, ao promotor de Justiça de plantão no Fórum Central. O grupo apontou grandes empresas e sindicatos ligados à construção civil como responsáveis pelas alegadas irregularidades. 'Era um processo que deveria ser limpo e transparente e acabou sendo uma orquestra dirigida por poucos', afirmou Paulo Vencato, integrante do movimento.
Os representantes do movimento avaliaram o processo de votação como uma farsa. Durante esta semana, acontecerão reuniões que vão analisar se o grupo participará ou não da próxima audiência. 'Queremos que a revisão do Plano Diretor seja colocado em prática e não alterado de forma manipulada', ressaltou Vencato. Poderão participar da próxima audiência os 1.773 credenciados na primeira etapa da votação.
Das 454 propostas, 107 foram votadas, tratando de projetos especiais e malha viária. Na nova audiência, haverá a continuidade da análise das propostas sobre o plano regulador, a compatibilidade com o Estatuto da Cidade, as alturas e as Áreas de Interesse Cultural. Há, ainda, aquelas que não se encaixam nos grupos criados para a discussão do processo de revisão do PDDUA.
(Correio do Povo, 29/05/2007)