A estatal Petroecuador denunciou na segunda-feira (28/05) que empresas petrolíferas estrangeiras que operam no Equador estariam entregando ao Estado 5,9 por cento a menos da produção do que seria devido por lei, o que representaria uma violação dos contratos operacionais das empresas. O valor representa a diferença entre a produção notificada pelas empresas que operam na Amazônia equatoriana e a fiscalizada pela Petroecuador em seu centro de armazenamento de petróleo em Lago Agrio, para onde vai toda a produção a que o Estado tem direito, segundo a estatal.
O vice-presidente da Petroproducción, braço operacional da Petroecuador, Oscar Garzón, disse que "ao comparar o volume de petróleo bruto reportado como produção nos campos da Petroproducción e os contabilizados nos 11 centros de medição de petróleo bruto das empresas operadoras privadas se estabelece um diferencial de menos 5,86 por cento."
Isso, segundo Garzón, representa cerca de 9.939 barris por dia a menos nos depósitos estatais. Em nota, as empresas disseram que a diferença se deve à quantidade de água que acompanha a extração de petróleo bruto, e que portanto não procede a queixa da Petroecuador, que representa o governo nos diálogos com as empresas privadas.
A diferença denunciada pela Petroecuador resulta dos dados de produção das empresas City Oriente, Sipec, Petrobell, Andes Petroleum, Petrosud Petroriva, Petrobras e Perenco. "Poder-se-ia denominar de prejuízo para o país. Existe essa diferença. O diferencial por ano é de 3 milhões de barris", insistiu Garzón. A maioria das empresas que opera no Equador o faz por contratos de participação, o que dá ao governo um percentual do petróleo extraído, segundo uma fórmula vinculada aos níveis de produção de cada empresa.
O presidente da Associação da Indústria Hidrocarbonífera do Equador, René Ortiz, afirmou em nota que o petróleo "fiscalizado e reportado pelas operadoras privadas está em regrado", e que por isso a denúncia não tem sentido. A Petroecuador diz que a suposta irregularidade existe desde 2005, quando a diferença era calculada em 12,63 por cento. Quinto maior produtor de petróleo da América do Sul, o Equador extrai cerca de 530 mil barris por dia.
(Reuters, 28/05/2007)