Uma carreata por diversos bairros de Porto Velho marcou nesta segunda-feira (28/05) a posição do Movimento Pró-Usinas do Rio Madeira, em favor da construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia. O ato, liderada por um carro de som, reuniu cerca de 30 automóveis e contou com a presença de lideranças da indústria, do comércio e da comunidade local.
Por onde passava, a carreata acolhia algumas manifestações favoráveis às barragens. Adesivos com a mensagem “Sou a favor das hidrelétricas. Usina já” estavam estampados em carros, vitrines e objetos pessoais.
As duas usinas somam potência prevista de 6.450 megawatts. A construção das hidrelétricas no Rio Madeira, um dos principais projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), está em análise no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que concluirá se elas são viáveis ou não do ponto de vista ambiental.
Para um dos coordenadores do movimento, Jorge Luiz da Silva Alves, a construção das usinas trará empregos e progresso para o Estado, além de evitar o risco de futura falta de energia elétrica no país. “Nós sabemos que o Brasil daqui a cinco anos não vai ter mais energia. Temos que ter as usinas do Rio Madeira funcionando para não ter mais apagões”, declarou.
Alves admitiu que o projeto poderá causar impactos ambientais, mas diz que as tecnologias utilizadas para a construção das usinas garantem que os prejuízos sejam mínimos. “Até para nascer uma criança existe impacto ambiental. Mas todas as medidas estão sendo tomadas para que s os impactos sejam amenizados”, garantiu.
O deputado federal Eduardo Valverde (PT-RO) defende que o Brasil deve manter a sua matriz energética hidráulica, pois, segundo ele, é a mais limpa e mais ambientalmente sustentável. Ele diz que o povo de Rondônia é favorável à construção das hidrelétricas com responsabilidade social e ambiental. “Não é nenhum movimento contra o Ibama, ou contra a ministra Marina [Marina Silva, ministra do Meio Ambiente], pelo contrário, nós estamos até fortalecendo esse papel regulador do instituto, de proteção do meio ambiente”, disse o deputado. Ele também argumentou que não existe empreendimento sem impacto, mas garantiu que os prejuízos das hidrelétricas para as comunidades serão minimizados.
O comitê do movimento calcula que já recolheu mais de 100 mil assinaturas em favor da construção das hidrelétricas. O documento deverá ser entregue nesta semana em Brasília ao Ministério das Minas e Energia e à Casa Civil.
Para esta terça-feira (29/05), o Fórum Independente Popular do Madeira marcou uma entrevista coletiva para expor os problemas da construção das represas em Rondônia.
(Por Sabrina Craide, Agência Brasil, 28/05/2007)