O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (28/05) que o Brasil precisa da construção de novas companhias siderúrgias e que há espaço para investimentos no setor. Na cerimônia de abertura do 20º Congresso Nacional de Siderurgia, em São Paulo, Lula sugeriu: "Está na hora de construir uma siderúrgica no Maranhão, acho que está na hora de a gente pensar na siderúrgica do Ceará”.
O Brasil, acrescentou, também precisa fazer parcerias com outros países da América do Sul, "para produzir cada vez mais aço". Ao mesmo tempo, destacou como responsabilidade a de preparar o país "não apenas para atender ao seu mercado interno, mas também para atender ao mercado interno de países que não têm um forte setor siderúrgico”.
Para o presidente, as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) serão grandes consumidoras do aço a ser produzido no país nos próximos anos. “Se a gente imaginar que só na questão da logística, com rodovias, ferrovias, portos, hidrovias e aeroportos, estamos investindo R$ 58 bilhões; se nós imaginarmos que na geração, transmissão, petróleo, gás e combustíveis renováveis, estamos investindo R$ 274 bilhões; e se imaginarmos que para saneamento básico, habitação, recursos hídricos e metrôs tem mais R$ 170 bilhões, tudo isso em 10 anos”, afirmou, "teremos encontrado o jeito de o Brasil crescer de forma ordenada e planejada".
Segundo Lula, o Brasil não pode "ficar sentado em berço esplêndido, ficar olhando a China crescer, ficar olhando prazerosamente a Vale do Rio Doce encher navios cada vez maiores de minério, quando esse minério poderia sair daqui com um pouco mais de valor agregado, pelo menos gusa, ou quem sabe chapa, ou quem sabe laminado”.
O presidente alertou também que “se um país como o Brasil não estiver de olho para se introduzir na África como setor tecnológico, setor industrial, não pense que os chineses vão esperar o Brasil tomar uma decisão – eles vão ocupar”. E acrescentou que o continente terá 1,3 bilhão de habitantes em 20 anos e que "nós teremos alguns milhões de consumidores que vão querer construir, que vão consumir energia, que vão querer comprar, um espaço que o Brasil pode tranqüilamente trabalhar”.
(Por Roberta Lopes, Agência Brasil, 28/05/2007)