Cerca de 200 prejudicados pela represa Yacyretá estão em Buenos Aires pedindo à Suprema Corte de Justiça da Nação Argentina que resolva a demanda encaminhada contra a Entidade Binacional Yacyretá (EBY). O tribunal já decretou embargo preventivo sobre os escritórios do EBY em Puerto Madero, Buenos Aires.
São 1200 pessoas que iniciaram o processo e que pedem por indenizações por terem perdido suas casas e seu trabalho embaixo das águas do Paraná. Eles exigem que a solução judicial não alcance apenas a eles, mas aos que estimam como "80 mil desaparecimentos econômicos", conseqüência de uma história que começa em 1973 com a assinatura do tratado binacional.
A atividade é realizada pela Assembléia Binacional de Afetados pela Represa Yacyretá em Defesa do Meio Ambiente e dos Direitos Humanos, formada por moradores de ambas as margens do rio Paraná, por Argentinos e Paraguaios. Na Assembléia, participam várias associações civis, principalmente de Ituzaingó, Corrientes, de Posadas, Misiones e outras localidades do Paraguay. Todas a terças-feiras, a partir das 10 da manhã. Desde fevereiro deste ano, eles se manifestam na praça Lavalle, em frente ao Palácio de Justiça.
De acordo com o porta-voz da Assembléia, Brigido Oliveira (conhecido como "Coco"), em entrevista à agência de notícias Biodiversidadla, em 17 de maio completou dois anos desde que foi apresentado o "recurso extraordinário" na Corte que permite a discussão de alguns pontos. Ele acrescenta que a economia e os modos de vida dos afetados foram paulatinamente eliminados pela represa: "pescadores comerciais e de subsistência, fabricantes artesanais de ladrilhos e telhas, coletores de junco para telhar barracões, lavadeiras, donos de pequenos estaleiros e agricultores, tanto na margem paraguaia como na argentina, nas províncias de Misiones e Corrientes".
No lado paraguaio está San Cosme y Damián, onde as obras de canalização do rio geram contaminação na água consumida pela população, entre outras coisas, por misturar-se aos lençóis freáticos.
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Adital / Agência de Notícias Biodiversidadla, 24/05/2007)