Já foram distribuídas 22 caldeiras a vapor em Pernambuco e São Paulo para substituir o uso do brometo de metila na cultura de flores e hortaliças. A medida faz parte do Programa Nacional de Eliminação do Brometo de Metila, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente. Ao todo, serão distribuídas 27 caldeiras e 999 coletores solares nos dois estados até 2008. Proibido desde 01 de janeiro deste ano, o gás é usado como agrotóxico, consta na lista das substâncias que destroem a Camada de Ozônio, segundo o Protocolo de Montreal, e oferece riscos para a saúde do trabalhador.
As caldeiras foram adquiridas de uma empresa brasileira com recursos do Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal, por meio de uma licitação internacional conduzida pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido). Além de não agridirem o meio ambiente e protegerem o trabalhador, tanto as caldeiras quanto os coletores representam economias para os agricultores.
Os gastos com a caldeira, movida à lenha, correspondem a aproximadamente à metade do custo do uso do brometo de metila e a eficiência é a mesma. Ela permite o preparo do solo em grande escala, sem o gás. Os microorganismos nocivos, os fitopatogênicos, que causam doenças nas plantas, não resistem a alta temperatura por vapor num tempo determinado. Assim, são produzidas mudas sadias, sem prejuízo na qualidade e nem na quantidade da produção. O coletor é um sistema simples, desenvolvido por pesquisadora da Embrapa Jaguariúna, e se destina a atender a demanda de pequenos agricultores.
O treinamento de agricultores e agrônomos para o uso das alternativas ao brometo de metila também faz parte do programa, aprovado em 2005 e que teve início em outubro de 2006. O Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal dispõe de US$ 2 milhões (cerca de R$ 4,4 milhões) para investir na compra das caldeiras e coletores. Cada caldeira custa aproximadamente R$ 60 mil e cada coletor R$ 900,00.
(Marluza Mattos,
MMA, 26/05/2007)