O presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), Carlos Leomar Kreuz, declarou ontem (27/05) que tem interesse em apurar as licenças concedidas pelo ex-diretor do órgão em Florianópolis, André Luiz Dadam, investigado pela Polícia Federal na Operação Moeda Verde.
Em entrevista publicada na edição de domingo de A Notícia, o procurador-chefe do Ministério Público Federal (MPF), Walmor Alves Moreira, defendeu uma varredura na fundação e, principalmente, nas autorizações ambientais concedidas por Dadam. O ex-funcionário comissionado chegou a ser preso pela PF, mas, assim como os outros 21 suspeitos de comercializar licenças para construções de grandes empreendimentos em Florianópolis, foi solto e aguarda a conclusão do inquérito.
Na presidência da Fatma desde janeiro deste ano, Kreuz argumentou que tem dificuldades para realizar esse tipo de apuração em razão de pouca infra-estrutura. Mesmo assim, Kreuz apóia uma operação pente-fino na instituição e aguarda o relatório final da Moeda Verde pela PF para tomar providências.
Congresso cobra investigaçõesA mobilização após a Operação Moeda Verde ganhou o apoio da Federação das Associações de Moradores do Estado de Santa Catarina (Famesc). No 10º Congresso da entidade realizado no final de semana em Florianópolis, com o tema “Reforma Urbana”, os 320 participantes debateram a ação da Polícia Federal e decidiram cobrar o alcance da investigação em todos os municípios.
A Famesc congrega 2,5 mil associações de moradores pelo Estado. O presidente, Allan Rodrigo Alcântara, afirmou que o ministério público deveria fiscalizar os planos diretores das cidades. “A Moeda Verde deveria se estender por todo o Estado. No Planalto Norte, por exemplo, suspeitamos que há problemas nas licenças ambientais (cortes de vegetação) concedidas e que provocaram a derrubada ilegal de árvores (araucária).” Ele sugeriu à Fatma uma revisão das licenças concedidas nos últimos anos.
(
A Notícia, 28/05/007)