Preocupado com as perspectivas de enxugamento de postos de trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar decorrente da modernização, o governo paulista prepara um diagnóstico da mão-de-obra que atua no setor e busca saídas para recolocar no mercado esses trabalhadores.
O secretário de Trabalho, Guilherme Afif, estima que, em quatro meses, terá em mãos um raio X desse segmento da economia. Afif pretende extrair do levantamento as bases para montar um programa de qualificação de mão-de-obra que atenda às necessidades imediatas dos 645 municípios do Estado. Um convênio para a realização da pesquisa será assinado amanhã, no Palácio dos Bandeirantes, com a Fundação Sead.
Afif se diz inquieto com o impacto do uso globalizado do etanol na economia e no mercado de trabalho. Ele prevê que, com esse novo ciclo de modernização das lavouras cerca de 700 mil trabalhadores perderão o emprego. "São Paulo será a praça de guerra do biocombustível", acredita.
O secretário de Trabalho de São Paulo já conversou sobre o assunto com o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Segundo Afif, Lupi mostrou-se disposto a colaborar, destinando recursos federais ao programa paulista de qualificação de mão-de-obra. Mas a seleção dos programas que serão implementados somente deverá ser feita após o governo conhecer o diagnóstico dos trabalhadores que atuam no setor.
(Por Christiane Samarco,
Agência Estado, 27/05/2007)