"Quer continuar a respirar? Comece a preservar", dizia um dos adesivos distribuídos ontem (27/05) a motoristas durante uma mobilização pela vida e pelo ambiente -realizada para comemorar o Dia Nacional da Mata Atlântica-, no Monumento às Bandeiras, na zona sul de SP. Os manifestantes saíram da marquise do parque Ibirapuera às 11h e foram até o monumento. Uma bateria acompanhava o grupo.
O Viva a Mata 2007, promovido pela Fundação SOS Mata Atlântica, ocorreu de sexta até ontem e reuniu 75 mil pessoas no Ibirapuera -em 2006, foram 60 mil visitantes.
Neste ano, um dos temas abordados foi a extinção das espécies da mata atlântica.
Segundo Luiz Paulo Pinto, da Conservação Internacional, 60% dos animais da lista de ameaçados do Ibama habitam a mata atlântica.
Ele diz que é preciso investir em pesquisas para conhecer as características das espécies e descobrir a que ameaças elas estão sujeitas. Só assim a proteção poderá ser mais adequada.
O problema, afirma, é que atualmente prefere-se investir em paisagens ou biomas e não num único animal.
O muriqui-do-norte -maior macaco das Américas- é um dos animais que estão em situação preocupante. "Estima-se que existam entre 1.000 e 1.500 indivíduos espalhados", diz. Eles aparecem na zona da mata mineira, por exemplo. "Se nada for feito, essas populações isoladas não vão persistir", afirma.
GuarapirangaNa represa de Guarapiranga, na zona sul de SP, ocorreu também, ontem, um abraço simbólico em defesa do manancial, que abastece cerca de 3,7 milhões de pessoas na Grande SP.
A manifestação, planejada por aproximadamente 30 organizações, entre elas o ISA (Instituto Socioambiental), teve como tema "Chega de projetos, queremos ação".
(Por Afra Balazina,
Folha de S. Paulo, 28/05/2007)