Na avaliação de Maurílio Biaggi, presidente da Usina Moema, para diminuir os impasses pelos quais passa o setor sucroalcooleiro, o Brasil também precisa de uma política para produzir energia. "Não estamos conseguindo fazer isso. A culpa também é do produtor que aumenta a produção sem estratégia e que deveria ter ampliado, principalmente, a produção de álcool", afirma.
Segundo ele, ao invés de exportar os cerca de 3 ou 4 bilhões de litros de álcool, esse volume poderia chegar a 6 bilhões, o que seria menos danoso para o produtor. "Assim reduziríamos as exportações de açúcar e o preço não teria a queda que está apresentando", aponta Biaggi.
Para 2007, o Brasil deve produzir cerca de 19 bilhões de litros de álcool. Desse total, cerca de 4 bilhões devem ser exportados. Já em relação ao açúcar, a produção brasileira deve atingir quase 30 milhões de toneladas, com mais de 20 milhões direcionados para o mercado externo.
Ainda de acordo com Biaggi, enquanto em 2006 os produtores trabalhavam com margens positivas em cerca de 15%, diante do cenário atual, alguns começarão a trabalhar no vermelho.
O conselheiro da Udop (Usinas e Destilarias do Oeste Paulista) e diretor da Usina Campestre, Fernando Perri, acrescenta que esse cenário ocorre justamente em uma fase na qual o setor amplia investimentos. "A perspectiva continua boa, mas não sei até que ponto os investidores irão ser influenciados pelo cenário atual", completa.
(Folha Online, 27/05/2007)