O presidente do Panamá, Martín Torrijos, afirmou hoje que "há uma decisão firme de promover a produção de etanol" em seu país e destacou como primeiro passo a oferta de cooperação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para desenvolver a indústria no istmo.
"Atrair investimentos do Brasil para o Panamá e oferecer a possibilidade de que este país e sua indústria açucareira usem a plataforma logística do Panamá para chegar a outros mercados foi nosso grande objetivo durante estes dias", disse Torrijos em São Paulo.
O presidente panamenho resolveu estender sua viagem oficial ao Brasil até domingo. A visita, que classificou de "muito frutífera", estava prevista para terminar sábado (26/5).
"O presidente Torrijos viaja hoje mesmo a Salvador para se reunir com empresários do setor petroquímico e voltará para o Panamá no domingo à tarde", contou uma fonte oficial.
A alteração na agenda foi definida horas antes da partida da comitiva oficial de São Paulo, onde hoje fez uma visita a uma das maiores produtoras de álcool etílico do mundo, a Cooperativa de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo.
Encorajado pelo interesse que disse ter percebido dos industriais brasileiros no seu convite, o panamenho afirmou que promoverá alguns ajustes para impulsionar a produção de etanol em seu país.
Referiu-se, especialmente, à necessidade de aprovar uma legislação que permita o uso de 10% de etanol no parque automotivo, que atualmente consome 160 milhões de galões de gasolina.
Torrijos reiterou que o Panamá pode ter entre 200 mil e 240 mil hectares para a plantação de cana-de-açúcar disponíveis. De acordo com ele, seria possível iniciar a plantação a curto prazo em 25 mil hectares.
As áreas para incentivar a indústria de biocombutíveis dominaram grande parte da reunião de sexta-feira entre Lula e Torrijos.
"Nossos empresários estão dispostos a apostar no Panamá", disse Lula.
Em entrevista coletiva concedida sábado, o presidente panamenho declarou que os produtores brasileiros de etanol "podem usar o Panamá para chegar a outros mercados, como os do litoral oeste dos Estados Unidos e da Ásia".
Disse também que a ampliação do canal do Panamá "permitirá que navios de maior porte transportem etanol".
(Agência Estado, 26/05/2007)