O Yangtzé, maior rio da China e o terceiro maior do mundo, está em risco de registrar no verão [do Hemisfério Norte, de junho a setembro] deste ano as piores cheias causadas pelo degelo dos glaciares do Tibete desde 1998, quando as margens do maior rio chinês transbordaram e mataram 3 mil pessoas, noticiou nesta quinta-feira (24/05) a imprensa estatal.
"Os dados meteorológicos e hidrológicos deste ano no vale do rio Yangtze são similares àqueles de 1998", disse Cai Qihua, subdiretor do Departamento Central de Controle de Cheias do rio, citado pelo China Daily. O jornal afirma ainda que este ano uma vasta quantidade de neve já derreteu no planalto tibetano de Qinghai, onde tem origem o Yangtzé. "Devemos estar vigilantes relativamente a uma grande cheia no Yangtzé", acrescentou.
Cai lembrou que o aumento no caudal do rio vai ser um teste para a enorme barragem das Três Gargantas, a maior central hidroelétrica do mundo situada na província de Sichuan (sudoeste da China) a meio do leito do Yangtzé. O responsável chinês apelou aos governos locais para prepararem planos de evacuação, pois no total há cerca de 28 mil pessoas vivendo nas áreas junto aos reservatórios da barragem, que serão palco de inundações se o nível das águas atingir o máximo de 175 metros.
Desastres naturais
Notícias divulgadas este mês davam conta de que a China enfrenta este ano a pior ameaça da década devido a tufões, cheias, secas e condições climatéricas extremas. A Administração Meteorológica da China previu fortes chuvas e tufões durante o verão, especialmente no sul do país, e advertiu para potenciais desastres em cidades populosas como Nanjing, Wuhan e Chongqing, situadas ao longo do rio Yangtze.
O painel ambiental das Nações Unidas advertiu em abril para a ameaça grave que os glaciares dos Himalaias enfrentam devido ao aquecimento global, que as autoridades chinesas responsabilizaram pelas elevadas temperaturas registradas neste inverno [no Hemisfério Norte, de dezembro de 2006 a março].
(Lusa, 24/05/2007)