Em virtude da invasão da Usina de Foz do Chapecó, quarta-feira (23/05), por integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Consórcio Foz do Chapecó informou que já tem 16 mil hectares mapeados para reassentamento.

O diretor do Consórcio, Enio Schneider, afirmou que as áreas foram visitadas, inclusive pelos integrantes do MAB. No entanto, o diretor afirmou que não tem como comprar as áreas até amanhã, como queria o movimento. Schneider disse que primeiro precisa formar grupos com os atingidos e verificar se a área é de agrado das famílias que serão recolocadas.

- Não posso obrigar ninguém a ir morar em um lugar que não quer - explicou o diretor.

Técnicos do consórcio estão fazendo o levantamento das propriedades que serão atingidas pelo lago e pela Área de Preservação Permanente. A barragem está sendo construída no Rio Uruguai, entre Águas de Chapecó e Alpestre (RS). O lago vai atingir seis municípios catarinenses e sete gaúchos. A estimativa é de 1,5 mil propriedades atingidas. Mas nem todos os moradores devem sair, pois em várias propriedades o alagamento será só parcial.

Schneider disse que até o início de junho, serão apresentados os preços base das terras, benfeitorias e plantações, com base no preço médio de mercado. Quem tiver menos de 12 hectares, poderá optar por carta de crédito no valor de R$ 120 mil.

Amanhã, o MAB tem audiência no Ministério das Minas e Energia, onde vai solicitar que o governo assuma a parte social do empreendimento, pois Furnas, que é estatal, detém 40% das ações do consórcio. E amanhã também, o ministro da Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin, vai debater a questão dos pescadores do Rio Uruguai, que também serão atingidos pela obra.
(Por Darci Debona, Diário Catarinense, 25/05/2007)
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