Os fetos e os bebês são mais vulneráveis do que se imaginava a poluentes químicos que podem provocar doenças e deformidades, mesmo em quantidades inofensivas para os adultos, disseram cerca de 200 cientistas nesta quinta-feira (24/05).
Os pesquisadores defenderam a adoção de um controle mais rígido sobre produtos tóxicos, alguns dos quais usados na fabricação de plásticos e pesticidas, afirmando que essas substâncias podem gerar falhas em estágios fundamentais do crescimento, levando a eventuais danos cerebrais, má-formação e câncer. "O estágio fetal e a primeira infância são períodos de grande vulnerabilidade aos riscos ambientais", afirmaram toxicologista, biólogos, pediatras e outros especialistas de várias partes do mundo após um encontro realizado nas Ilhas Faroe.
"A exposição tóxica a poluentes químicos durante esses períodos de grande suscetibilidade pode provocar doenças e deformidades nos bebês, nas crianças e em todo o período da vida adulta", disseram no comunicado final do encontro, realizado entre os dias 20 e 24 de maio.
Em alguns casos, danos aos genes "podem também ser passados para gerações subseqüentes", afirmaram os cientistas presentes no evento, patrocinado em parte pela Organização Mundial da Saúde (OMS). "Estamos começando a compreender que há processos bastante delicados que precisam ocorrer em um determinado momento e em uma determinada seqüência", afirmou Philippe Grandjean, presidente do encontro e membro da Universidade da Dinamarca Meridional e da Faculdade de Saúde Pública de Harvard.
(Reuters, 24/05/2007)