Cientistas americanos afirmaram nesta quinta-feira, 24, que os fenômenos meteorológicos El Niño e monção da África Ocidental têm determinado a intensa atividade dos furacões das regiões tropicais do Atlântico Norte durante os últimos 5 mil anos. Para chegar à conclusão, publicada na última edição da revista britânica Nature, os pesquisadores recolheram informações disponíveis sobre os furacões de alta intensidade que aconteceram na zona tropical ocidental do Atlântico Norte e, em seguida, fizeram uma análise comparativa.
A partir da compilação, os cientistas reconstruíram a freqüência dos furacões intensos na área graças aos sedimentos arenosos deixados por tempestades e furacões na lagoa Playa Grande da ilha de Vieques (Porto Rico). "A acumulação de resíduos de tempestades nas margens da lagoa permite o estudo da relação entre as condições meteorológicas e a atividade dos furacões em uma escala maior, pois evidenciam informações de séculos e inclusive de milênios", afirmam os autores do artigo.
As informações sobre furacões registradas nesta área apresentam uma relação com El Niño e a monção da África Ocidental, o que, segundo os especialistas, indica que os dois fenômenos podem desempenhar um papel importante no controle das grandes tempestades tropicais no Atlântico Norte. Na prática, os períodos sem interrupção de furacões na lagoa coincidem com os do El Niño, e vice-versa.
No entanto, a relação entre a monção da África Ocidental e as intensas tempestades tropicais de Vieques é proporcional: quanto mais precipitações na faixa atlântica do continente africano, mais freqüentes foram os furacões na lagoa Praya Grande. "Por isso, para prever apropriadamente as mudanças na atividade dos furacões é importante entender como o El Niño e a monção da África Ocidental irão se comportar em relação à mudança climática", concluem os especialistas.
(Efe, 24/05/2007)