"A transformação dos resíduos das empresas contribuirá com a melhoria dos índices de segurança e saúde da população". A previsão resume a idéia do que seria o perfeito sistema de colaboração entre empresas e sociedade pensada por Jorge Luiz Buneder, presidente do conselho de administração da Fundação Gaúcha de Bancos Sociais – uma rede de estruturas responsáveis por buscar recursos desperdiçados por empresas e transformá-los em benefícios para a população. O executivo, que também é diretor-presidente da Stemac Energia, acredita que as empresas precisam ultrapassar a visão de responsabilidade econômica e social circunscrita a suas regiões de atuação. "Devemos nos organizar para sermos gestores em responsabilidade social, definindo missões e ações para melhorar a vida das comunidades e do meio ambiente como um todo", destacou Buneder durante a reunião-almoço Tá na Mesa, promovida nesta quarta-feira (23/5) pela Federasul, em Porto Alegre.
Depois da criação e da consolidação do Banco de Alimentos, outros setores foram experimentados – como bancos de resíduos mobiliários, materiais de construção, computadores e até tecidos humanos. Esses bancos proporcionam a formação de cooperativas de transformação das matérias-primas, qualificando a mão-de-obra local e incentivando o desenvolvimento das comunidades. Dessa forma, são produzidos e distribuídos móveis, roupas e até salas de informática reciclados. "Mas ainda temos que avançar dentro das entidades, aumentando a capacidade de abordagem e de treinamento das comunidades", defende Buneder. A rede de bancos da Fiergs será expandida gradualmente para outros centros urbanos do interior do Rio Grande do Sul, como Caxias do Sul, Pelotas, Rio Grande, Santa Cruz e Santa Maria.
(Por Tércio Saccol, Revista Amanhã, 23/05/2007)