Pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e da Embrapa se reúnem periodicamente para discutir não só os problemas que afetam a Amazônia hoje, mas em especial a região do Pampa no Rio Grande do Sul, o aquecimento global e suas conseqüências, o reflorestamento e a água. Os encontros são coordenados pelo bispo da Diocese de Pelotas, dom Jayme Chemello.
O representante e pesquisador da Embrapa, Flávio Herter, destaca que o tema da Campanha da Fraternidade (CF), Fraternidade e Amazônia, e o lema Vida e missão neste chão, chamam a atenção da comunidade para diversos problemas como o desmatamento na Amazônia. Mas o Rio Grande do Sul também necessita de uma atenção especial e um alerta em relação ao cultivo de plantas exóticas que podem causar graves impactos na transformação do ecossistema atual.
Água também é debate
Para o coordenador do curso de Ecologia da UCPel, Marcelo Dutra da Silva, durante as reuniões a água será outro tema abordado. “A comunidade necessita saber da importância de economizar o produto, porque apesar do manancial disponível, o desperdício e uso inadequado podem contribuir para no futuro, não muito distante, diminuir o volume existente”, observa o coordenador.
Herter ressalta que o trabalho a ser desenvolvido pelos pesquisadores está vinculado à Campanha da Fraternidade e tem como finalidade informar a sociedade dos resultados obtidos ao final de cada encontro.
Nas primeiras reuniões os pesquisadores vão abordar o custo florestal, o uso racional da água, o lixo e a reciclagem. Herter cita como exemplo o significado de água virtual: para o cidadão ter um quilo de carne em sua residência, por exemplo, o animal consumiu 15 mil litros de água. Se for 200 gramas de carne o consumo foi de, portanto, três mil litros de água.
O aquecimento global é outra grande preocupação dos estudiosos de todo o mundo. Mas o que isto significa? O que o povo deve saber para o processo não aumentar? Estes questionamentos serão respondidos pela equipe. Dutra da Silva lembra que as árvores além de proporcionarem uma sombra agradável são responsáveis pela regulamentação térmica e podem baixar a temperatura. Uma das iniciativas já tomadas pelas paróquias da cidade foi a distribuição de 300 mudas de ipês que foram plantadas como ato simbólico da Campanha da Fraternidade e também um sinal para dar a partida de reflorestar a cidade.
Também integram o grupo de pesquisadores o professor da Faculdade de Agronomia, Wilmar Mattei, o professor da Escola de Ciências Ambientais, José Antônio Reicamp da Cruz, e o professor do curso de Ecologia, Rogério Ferrer.
(Por Jussara Lautenschläger, Diário Popular, 24/05/2007)