O consumo de etanol na União Européia (UE) pode superar o de biodiesel até 2020 devido à falta de matérias-primas para a produção do produto feito à base de óleos vegetais, segundo a Associação Européia de Bioetanol Combustível (eBio), que representa os produtores de etanol da região. A UE, formada por 27 países, quer que os biocombustíveis componham em média 5,75% dos combustíveis utilizados por seu setor de transportes até 2010 e 10% até 2020.
O consumo de etanol na União Européia (UE) pode superar o de biodiesel até 2020 devido à falta de matérias-primas para a produção do produto feito à base de óleos vegetais, segundo a Associação Européia de Bioetanol Combustível (eBio), que representa os produtores de etanol da região. A UE, formada por 27 países, quer que os biocombustíveis componham em média 5,75% dos combustíveis utilizados por seu setor de transportes até 2010 e 10% até 2020. A medida visa reduzir a dependência da UE dos combustíveis fósseis e restringir as emissões de gases geradores do efeito estufa. O biodiesel compõe cerca de 80% da produção de biocombustíveis da UE, segundo pesquisa da empresa Frost & Sullivan Inc.
Alcançar as metas de uso de biodiesel "depende, em grande medida", da chamada Biomassa para Líquido (ou da tecnologia de conversão de biomassa em combustível líquido), produzida a partir de rejeitos, disse ontem o secretário-geral da eBio, Robert Vierhout, e há "muita incerteza em relação à possibilidade de podermos produzi-la a um preço razoável até lá".
Para o biodiesel produzido a partir de matérias-primas tradicionais, a UE não dispõe de terras suficientes para plantar a quantidade de canola necessária e, por isso, a região teria de "importá-la de outros países, fato que não é economicamente muito bom e que também compreende questões de sustentabilidade", disse Vierhout em entrevista concedida na Espanha.
Ao implementar a meta para 2020, "provavelmente observaremos uma utilização de mais de 10% de etanol e de menos biodiesel", disse ele. As produtoras de biocombustíveis estão tentando obter novas matérias-primas para fabricar etanol e biodiesel - que são produzidos, em grande parte, a partir de cana-de-açúcar, beterraba, cereais e óleos vegetais - para reduzir seus custos e melhorar a eficiência.
O preço do milho deu um salto de 81% no ano passado devido a secas e ao aumento da demanda por parte do setor de etanol, reduzindo as margens de lucro do produtores do combustível alternativo, além das margens dos fabricantes de alimentos e rações animais.
A União Européia mais do que dobrará sua capacidade de produção de etanol para 6 bilhões de litros até 2009, liderada pela França, de acordo com a eBio. A maior parte da produção adicional será proveniente do trigo. Caso o bloco consiga atingir sua meta de utilização de 10% de biocombustíveis até 2020, a Comissão Européia prevê um aumento de 6% nos preços do trigo europeu, segundo Vierhout. Nos últimos 12 meses, o preço do trigo avançou 32% por cento.
(Bloomberg News - Gazeta Mercantil, 23/05/2007)