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hidrelétricas do rio madeira
2007-05-24
O Ibama não quer a construção das duas usinas no Rio Madeira, com potencial de 6.400 MW.É isso. O resto é conversa, é argumento falso. E ponto final. Esse é o fato com o qual o governo e, principalmente, o presidente Lula, a quem cabe a palavra final, se enfrentam. O parecer dos técnicos do Ibama é simplesmente ridículo, usa 707 vezes a palavra 'não' para vetar a usina, mesmo a sua barragem não inundando grandes áreas nem provocando danos ambientais, a não ser a migração dos bagres...

Nem o Ibama nem as ONGs que gritam contra a usina lembram a importância desse empreendimento para a sustentação do crescimento econômico, evitando um racionamento mais do que provável.

Miséria a maior poluição
Deixam de dar importância para a maior poluição que é o desemprego, a pobreza e a miséria que um racionamento pode causar. Esquecem também que, embora num primeiro momento a construção da usina possa prejudicar cerca de 3 mil ribeirinhos que vivem da pesca, as obras vão proporcionar emprego, possibilidade de emigração e mudança de padrão de vida para esses mesmos 3 mil que mourejam na miséria da subsistência. Não, nada disso é importante para o Ibama e as ONGs.

Loucura ambiental
O insano 'conselho' das ONGs visa a manter o Brasil dependente de combustível, pois teremos de importar carvão e gás para 'manter a Amazônia intacta' e, dessa forma, impedir o desenvolvimento sustentável e racional dos recursos dessa região. As ONGs usam o proselitismo e desenvolvem ações para impedir o licenciamento ambiental de todo e qualquer empreendimento que permita o desenvolvimento brasileiro.

Por trás das inverdades e histórias que as ONGs inventam para impedir o licenciamento de Angra 3, Rio Madeira, Belo Monte e outras tantas hidrelétricas, que levam cinco anos ou mais para obter uma licença ambiental, estão interesses escusos e contrários aos do País. Ao não apontar soluções que levem à inclusão, geração de empregos e crescimento, os militantes das ONGs mostram sua verdadeira face. Usam espalhafatosas manifestações para impedir e atravancar obras de infra-estrutura. Querem é causar comoção nacional.

Uma madeira por ano
Vamos aos números. Para manter um crescimento econômico de 4% ao ano é preciso que sejam instalados urgentemente 5.000 megawatts por ano. Teríamos de construir quase duas Madeiras por ano! E uma obra desse porte leva em torno de seis anos para ser construída, sem contar os obstáculos jurídicos tão ao gosto das ONGs. Algo arriscado para o abastecimento nacional. A potência instalada no Brasil é de 92.000 MW, e só na Amazônia há um potencial aproveitável de nada menos que 160.000 MW.

Usinas térmicas também
Esse prazo inevitável de construção é a razão pela qual, ao mesmo tempo que se realizam as obras das usinas, será necessário instalar usinas termoelétricas para manter a expansão da demanda. Não há a falsa opção de energia térmica ou hidrelétrica. Precisamos intensamente das duas para evitar um racionamento mais do que provável no prazo de quatro anos. Essa insegurança afasta investidores externos e internos que não vão se arriscar em projetos sem ter a certeza de abastecimento de energia.

O plano B é A
O governo anunciou um Plano B para o caso de a construção das duas usinas não for aprovada pelo Ibama. Nesse plano, se prevê instalar usinas térmicas para compensar. É um Plano B perfeitamente aceitável, mas ele não é alternativo,está embutido no Plano A, ou seja, usinas termo e hidrelétricas para instalar o elevado potencial de 5.000 MW por ano e evitar um racionamento. Certamente teremos de construir usinas térmicas movidas a óleo, gás, carvão ou energia nuclear para suprir o abastecimento enquanto se constroem as do Madeira. Mas é delicado deixar toda a demanda do País na dependência de usinas térmicas que consomem gás e carvão importados da China e da Bolívia. Elas representam hoje 20% da matriz energética nacional, mas devem ser consideradas como complemento da hidráulica. Esta tem um combustível a custo zero e perene que é a água. Aí está Itaipu, que jamais teria sido construída se houvesse o Ibama naqueles tempos, pois afogou a cachoeira de Sete Quedas. Sem a gigantesca Itaipu estaríamos perdidos ou teríamos construído uma série de outras usinas para chegar aos seus 14 mil MW, a um custo financeiro e ambiental muitíssimo maior.

Somos abençoados
Nosso imenso potencial hidrelétrico nos coloca em uma situação vantajosa e cômoda em relação a outros países. Os Estados Unidos instalarão 60.000 MW de usinas nucleares até 2020 - já estão construindo porque não tem mais o que aproveitar dos seus rios. Trata-se de uma energia limpa e com solução para estocar com segurança os resíduos nos próximos 500 anos. A China, por sua vez, na sua voracidade energética gerada pelo espantoso crescimento, vive um sério período de emissão de CO2 na atmosfera terrestre por usinas a carvão altamente poluentes, e não terá outra saída se não intensificar o uso da termoetricidade.

Só nós?
E fica a pergunta: por que os conservacionistas profissionais estão tão furiosos com as usinas brasileiras, com os bagres da Amazônia e os 3 mil sobreviventes ribeirinhos e se esquecem completamente de condenar a China que inunda e sufoca noite e dia a atmosfera mundial com uma avalanche de gás carbônico das suas usinas e indústrias poluentes? Que tal exportarmos o Ibama para lá? Eles que se virem...

(Por Alberto Tamer, Estado de S. Paulo, 24/05/2007)


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