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protocolo de kyoto
2007-05-24
A proposta brasileira de criar um fundo voluntário para recompensar os países pobres que reduzissem o desmatamento tropical foi descartada durante um encontro internacional em Bonn, na Alemanha, na semana passada.

A reunião tinha como objetivo preparar o terreno para a negociação do regime de combate ao aquecimento global que substituirá o Protocolo de Kyoto, após 2012. Cerca de 2.000 representantes de 172 países deveriam discutir estratégias de redução de gases-estufa a serem adotadas num eventual acordo --que deverá ser costurado em dezembro deste ano.

Uma dessas estratégias foi a idéia, apresentada pelo Brasil, de dar "incentivos positivos" aos países que reduzissem a velocidade da perda de suas florestas, limitando assim as emissões de gás carbônico, que aquecem o planeta.

Segundo o IPCC, o Painel do Clima da ONU, o desmatamento responde por cerca de 15% das emissões globais, e a maior parte dele está nos trópicos. Frear a devastação, portanto, faz sentido não só do ponto de vista da biodiversidade mas também da proteção do clima.

A proposta brasileira envolvia a criação de um fundo voluntário, com dinheiro de países ricos (que têm metas obrigatórias de redução a cumprir por Kyoto), que seria aplicado em políticas de desenvolvimento sustentável que ajudassem as nações com florestas a crescer economicamente sem eliminar suas matas.

Outra vantagem do mecanismo voluntário é que ele poderia começar a funcionar imediatamente após sua criação. O principal questionamento era sobre de onde viria o dinheiro para o tal fundo. Em Bonn, ao que parece, não pareceu razoável para nenhum país rico a criação de um fundo que não lhes daria nada em troca, diretamente.

"Os países industrializados não expressaram nenhuma vontade de prover incentivos para uma ação imediata", disse à Folha Thelma Krug, a recém-nomeada secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, representante do Brasil no encontro.

Com o "plano A" descartado, o governo brasileiro deve buscar uma outra estratégia para incluir na negociação climática de seu maior trunfo, a Amazônia.

Cogita-se até mesmo um mecanismo de mercado (ao qual o Brasil se opõe, pois, segundo o governo, gerar créditos de carbono por redução de desmatamento implicaria monitoramento internacional sobre a Amazônia), algo que já vem sendo proposto por outros países, como Papua-Nova Guiné.

"As coisas vão acontecer com ritmo bem aquém daquele que o Brasil imaginava", diz Krug.

Bush outra vez
O fracasso da reunião de Bonn não foi só para o Brasil. Não houve acordo sobre o futuro das negociações do pós-Kyoto, cujo momento decisivo será a reunião de dezembro em Bali.

"Os EUA boicotaram tudo", diz Márcio Santilli, do ISA (Instituto Socioambiental), um dos mentores da redução compensada de desmatamento. A ação do país, que rejeitou Kyoto e é contra assumir metas obrigatórias contra o efeito estufa, visa a evitar que um texto consistente seja levado a Bali.

Os americanos estão agindo (contra compromissos e prazos para atacar o aquecimento) também numa segunda frente: a reunião do G8+5 (grupo das nações mais industrializadas e os gigantes do Terceiro Mundo), no mês que vem, também na Alemanha, de onde se espera que saia um compromisso das nações ricas de limitar a 2ºC o aquecimento do planeta em 2100. "Pelo andor da carruagem, a reunião do G8+5 também está fadada ao fracasso", pondera Santilli.

(Por Cláudio Ângelo, Folha Online,23/05/2007)


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