O aumento da vazão fluvial nas Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu (PR), levou o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) a interditar a passarela que se projeta por 150 metros sobre as quedas de água, no Parque Nacional do Iguaçu.
Medições desta quarta-feira (23/5) registraram pico de vazão de 15,8 mil metros cúbicos por segundo no final da manhã. A água acumulada no leito do rio Iguaçu devido às chuvas da semana no Paraná é até 14 vezes superior à vazão média histórica, de 1.551 metros cúbicos por segundo.
"A água começa a passar por cima da passarela quando a vazão atinge 10 mil metros cúbicos por segundo. Por medida de segurança, temos de interditar", disse o chefe do parque, Jorge Pegoraro.
A interdição da passarela impede a observação próxima da Garganta do Diabo, o salto mais famoso das cataratas. Os turistas têm, contudo, acesso livre ao mirante e à passarela da margem das quedas.
O chefe do parque prevê que a passarela seja reaberta no final de semana. O rio Iguaçu nasce em Curitiba --a 637 km de sua foz-- e é represado por cinco hidrelétricas até as famosas quedas.
A última interdição da passarela por grande volume de água foi em outubro de 2005, quando a vazão registrada pela hidrelétrica de Itaipu foi de 19 mil metros por segundo. Há um ano, porém, a seca que atingiu o Sul do país fez a água sumir. A vazão caiu para cerca de 250 metros cúbicos por segundo.
O Ibama considera a vazão medida pela Copel (empresa de energia elétrica do Paraná). Os dados divergem dos levantados pela hidrelétrica de Itaipu. A vazão do meio da tarde de hoje, segundo a Itaipu, era de 13 mil metros cúbicos por segundo.
(Por Mari Tortato,
Folha Online, 23/05/2007)