O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) vai sugerir à ministra Marina Silva
(Meio Ambiente) a retirada da MP (Medida Provisória) que prevê a
reestruturação do Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis e cria o Instituto Chico Mendes. O objetivo de
Gabeira é ampliar o debate sobre a gestão ambiental.
"Quero conversar com a Marina para ver se posso ajudar em alguma coisa, pois
o Brasil está caminhando para uma energia suja, como o carvão", afirmou o
deputado.
Gabeira disse ainda que vai propor à ministra o prazo de 45 dias para
discutir uma nova proposta de reestruturação do Ibama "mais equilibrada",
com a participação dos funcionários do órgão, do governo e dos
parlamentares.
Durante reunião da Comissão de Meio Ambiente realizada nesta terça-feira
(22/05) pela manhã na Câmara, o deputado também sugeriu o fim da greve dos
funcionários do Ibama que paralisaram as atividades em protesto pela divisão
do órgão.
"É uma proposta de conciliação, mas nenhuma das partes (governo e
funcionários) quer recuar. Acho fundamental discutir esse assunto com
maturidade, sem prejudicar a gestão ambiental", ressaltou Gabeira.
Para os grevistas, a divisão do Ibama e a criação do Instituto Chico Mendes
evidenciaram a suposta tentativa do governo de pressionar o órgão a acelerar
a concessão de licenças ambientais.
O presidente da Asibama - Associação Nacional dos Servidores do Ibama, Jonas
Corrêa, participou da reunião da Comissão de Meio Ambiente e confirmou a
manutenção da greve dos servidores do órgão em todos os Estados. O comando
de greve não soube precisar quantos trabalhadores aderiram à paralisação,
mas adiantou que a participação é "maciça". O Ibama tem 6.400 servidores em
todo o país.
O deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP) também se posicionou contra a MP que
divide o Ibama e disse que vai sugerir à bancada tucana a votar contra a
proposta.
"Tudo leva a crer que a essa MP foi apresentada para aprovar uma licença
ambiental. Mas não se faz política assim. Não pode a qualquer momento
alterar as regras, a não ser que o governo tenha o bom senso e retire (a
MP), como sugeriu o Gabeira. ", disse tucano.
(Por Regiane Soares, Folha Online, 23/05/2007)