Santa Catarina corre o risco de perder um empreendimento bilionário no Planalto Norte. A companhia indiana Oswal Refinaria de Petróleo, por meio de sua filial brasileira, vinha estudando a possibilidade de instalar uma refinaria de xisto betuminoso na região.
O investimento deveria chegar a US$ 8 bilhões num período de dez anos, com a geração de 2.000 empregos diretos. No entanto, a empresa suspendeu por tempo indeterminado as pesquisas sobre a quantidade do mineral encontrada nas rochas do Planalto Note. Isso porque constatou que existe baixo teor volumétrico da substância em amostras retiradas do município de Três Barras, localizado na região. Segundo José Luiz Brandão, gerente da Oswal em Santa Catarina, o teor encontrado foi de 2,5% a 3,5%, considerado baixo para um investimento tão alto.
“Estamos elaborando uma comunicação ao vice-governador para informar sobre a paralisação das atividades”, adiantou Brandão. A companhia indiana iniciou os contatos com o governo catarinense no início deste ano.
A Oswal Brasil Refinaria de Petróleo estava autorizada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) a explorar cerca de 12 mil hectares na região de Canoinhas, Três Barras e Papanduva. Só na parte inicial dos trabalhos – aquisição de equipamentos, contratos de trabalho, pagamentos a fornecedores, transporte e assessoria jurídica – o grupo investiu US$ 1 milhão. Para a viabilização das pesquisas foram investidos US$ 180 mil somente na área de Três Barras, de acordo com o gerente.
O xisto betuminoso é uma rocha sedimentar que pode ser decomposta termicamente para a produção de óleo e gás. Ao ser submetido a temperaturas elevadas, ele libera um óleo semelhante ao petróleo. No processo tradicional de refinamento do xisto, obtém-se nafta, gasolina, óleo diesel, óleo combustível e gás liquefeito.
(Por Júlia Pitthan,
Revista Amanhã, 23/05/2007)