Com o objetivo de denunciar os enganos sofridos pelas comunidades camponesas, indígenas, urbanas e rurais sobre as "vantagens" dos agrocombustíveis e incorporar na agenda nacional a renegociação dos pactos bilaterais das usinas de Itaipu e Yacyreta, a Iniciativa Paraguaia de Integração dos Povos está realizando o Encontro ‘Soberania ou Dependência?’. O evento, que começou hoje, segue até o dia 29 no Paraguai.
Até o dia 25, em que o presidente Nicanor recebe seu colega brasileiro Luís Inácio Lula da Silva, o grupo dá manifestações de seu repúdio. Depois, começa a preparar mobilizações para outras questões.
Um dos pontos criticados pelo movimento é que a expansão do cultivo de exportação só beneficie as grandes multinacionais. Com isso, apenas aumenta a pobreza no campo, uma vez que não oferecidas oportunidades de emprego aos trabalhadores rurais. Na mesma perspectiva, os campos para o cultivo de alimentos vão desaparecendo. Segundo estimativas, cerca de 125 mil hectares são incorporados anualmente ao consumo da soja. Como as famílias camponesas possuem, em média, terrenos de dez hectares, aproximadamente 12.500 famílias estariam deixando suas terras anualmente.
Outro problema é a chegada de quase 30 mil brasileiros que, amparados pelas autoridades nacionais, implementam um modelo de relação de submissão semelhante à brasileira. Nos assentamentos, a língua falada é o português e a moeda trocada é o real. Dessa forma, fica abalada uma parte da soberania sobre o território paraguaio, que fica em mãos estrangeiras com a conivência das autoridades.
A arrancada compreenderá uma socialização dos resultados do VI Encontro Hemisférico da Aliança Social Continental, entre os integrantes da Iniciativa Paraguaia, com destaque para as campanhas acordadas durante o encontro e a possibilidade de realizar, em escala nacional, eventos que vão à sua direção.
Paralelamente, deverá ser impulsionada a articulação regional das organizações sociais dos diferentes países que participam da Aliança Social Continental, com o objetivo de consolidar as articulações e criar uma força capaz de implementar ações contra o capital internacional.
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Adital, 21/05/2007)