O projeto de pesquisa da cultura do girassol para produção de biodiesel e uso da torta para alimentação animal, desenvolvido pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Emater, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, sindicatos rurais e prefeituras, entra em nova fase.
Nos próximos dias, conforme o vice-presidente da Afubra, Heitor Petry, uma máquina de extração do óleo, desenvolvida em São Luiz Gonzaga, vai chegar na estação experimental da entidade visando o beneficiamento dos grãos colhidos nas lavouras experimentais cultivadas na região.
Na semana passada, o dirigente, acompanhado do coordenador técnico do projeto, Marco Dornelles, e dos técnicos agrícolas Nataniel Sampaio e Iara Koeppe, esteve no município participando de encontro sobre bioenergia e para verificação do funcionamento da máquina.
Petry enfatiza que para produzir biodiesel ainda há muita necessidade de desenvolvimento e de pesquisa, tendo em vista a grande carência de máquinas e equipamentos para processamento dos grãos. “A extração do óleo é apenas uma etapa, resta ainda a produção do biodiesel”, lembra.
No momento, a Unisc está desenvolvendo um protótipo de usina de produção, por meio do processo de transesterificação a partir do óleo vegetal. Além disso, a Afubra mantém contatos com uma empresa paulista que trabalha em projeto semelhante. O dela parte da adição de elementos químicos ao óleo vegetal, visando transformá-lo em biodiesel.
Petry enfatiza que na medida em que for extraído o óleo já poderá ser utilizada a torta de girassol para as experiências em alimentação animal, parte que também integra a pesquisa.
Mesmo diante dos avanços, Petry ressalta que o projeto é de pesquisa. “Não podemos nos iludir achando que agora o biodiesel, oriundo do girassol, será a grande solução”, diz. Para ele, primeiro é necessário levantar dados e números. “Antes de incentivar os agricultores a plantar é preciso conhecer os resultados e é isso o que a Afubra está fazendo, com muita responsabilidade. O biodiesel é assunto novo, diferente do álcool, que tem mais de 20 anos de história”, completa.
Quando a máquina vinda de São Luiz Gonzaga estiver em operação, a Afubra pretende promover encontro com os parceiros, inclusive os agricultores, para conhecer o processo.
(Gazeta do Sul, 23/05/2007)