A Petrobras deu prazo até 11 de junho para que a Bolívia pague a primeira parcela dos US$ 112 milhões referentes à compra das duas refinarias da estatal no país. "Se isso não acontecer, a proposta vai cair", declarou em entrevista à imprensa local e às agências internacionais o presidente da filial boliviana da Petrobras, Fernando de Freitas, referindo-se à proposta de venda feita pela estatal brasileira no dia 11 de maio.
Apesar de o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, ter dito na segunda-feira em São Paulo que seria considerada a possibilidade de receber parte do pagamento em gás natural, Freitas disse na rápida entrevista desta terça que "por enquanto esta idéia está descartada".
"Esperamos receber em dinheiro. Caso o governo boliviano faça a solicitação de outra forma de pagamento, caberá a nós decidirmos se aceitamos ou não", disse. A assessoria de imprensa da estatal no Rio, confirmou as declarações e informou que deve divulgar nota a respeito do assunto até o final do dia.
"O pagamento em gás natural é complexo", continuou. "Todas estas conquistas alcançadas no processo de gestão da refinaria custam dinheiro, dinheiro dos investidores, dinheiro dos acionistas da Petrobras e que, portanto, devem ser remunerados", ressaltou na entrevista.
Ainda segundo a assessoria da companhia no Rio, o presidente da Petrobras na Bolívia teria garantido que os 334 funcionários da estatal no país têm garantia de manutenção do emprego por dois anos, de acordo com cláusula estabelecida na proposta de venda das duas plantas.
A afirmação desmente o fato de que os trabalhadores seriam demitidos, conforme vem sendo divulgado pela empresa boliviana. Na verdade, o que ocorreu, segundo Freitas, é que o quadro de funcionários da Petrobras na Bolívia é reduzido dos 835 para 501, já que os trabalhadores das refinarias passam agora a responder à YPFB.
(Por Kelly Lima,
Estadão, 22/05/2007)