Como parte do seu plano para diminuir em 30% a emissão de gases-estufa em Nova York até 2030, o prefeito Michael Bloomberg anunciou ontem (22/05) um projeto para trocar toda a frota de táxis da cidade americana por carros híbridos, que funcionam com uma combinação de gasolina e eletricidade. Atualmente, há 375 veículos desse tipo entre os 13 mil táxis nova-iorquinos. A meta de Bloomberg é que cheguem a mil até outubro de 2008 e, a partir de então, o número cresça em 20% por ano -a troca ficaria completa em 2012.
"Há, obviamente, um enorme volume de táxis nas ruas de Nova York, então faz uma grande diferença", disse. "Tais carros às vezes ficam parados no trânsito, expelindo fumaça. O híbrido emite bem menos. É muito melhor para todos nós." A mudança, gradual, também exigirá mais eficiência dos veículos. O Ford Crown Victoria, padrão dos táxis de Nova York, roda apenas seis quilômetros com um litro de gasolina.
Depois de outubro de 2008, todo carro que entrar para a frota deverá fazer pelo menos dez quilômetros por litro; após outubro do ano seguinte, os novos veículos precisarão ser híbridos e fazer no mínimo treze quilômetros por litro.Com os novos padrões, a emissão de gases-estufa será reduzida em 200 mil toneladas por ano. Os veículos híbridos são mais caros; porém, como consomem menos combustível, proporcionariam uma economia de mais de US$ 10 mil por ano aos proprietários, pelas contas do governo municipal.
"A questão é equilibrar conforto e segurança para passageiro e motorista com as preocupações ambientais", disse Michael Woloz, do Grupo Metropolitano de Negócios de Táxi. "Se encontrarmos um outro carro que possua esses elementos e os passageiros gostarem, somos totalmente a favor." O Comitê de Táxis e Limusines, que administra o serviço em Nova York, ainda precisa aprovar a troca.
Embora deseje a presidência dos EUA, o republicano Bloomberg tem repetido que não sairá candidato nas eleições de 2008. Mas, como outros tantos políticos -Al Gore é o principal expoente desse grupo-, ele também está abraçando a causa ecológica como estratégia, visto que o tema tem cada vez mais apelo na sociedade.
(Por DENYSE GODOY, Folha de S. Paulo, 23/05/2007)