A Sulgás firma, nesta quarta-feira (23/5), às 10h, termo de compromisso com a prefeitura de Gravataí para estudo de viabilidade do potencial de aproveitamento do aterro metropolitano Santa Tecla para a produção de biogás.
De acordo com o diretor-presidente da Sulgás, Artur Lorentz, a iniciativa vai ao encontro de um direcionamento estratégico da estatal gaúcha para o desenvolvimento de novas oportunidades de negócios que viabilizem fontes alternativas de suprimento de gás natural. Conforme ele, a utilização de tecnologias para o aproveitamento do lixo urbano é uma das saídas para a interiorização de um gás ambientalmente favorável.
O gás extraído nos aterros é uma mistura gasosa, essencialmente constituída de metano, resultante da fermentação da matéria orgânica e é renovável. Mas para que possa ser consumido, após ser captado, ele precisa ser tratado até que atinja níveis adequados às especificações técnicas exigidas para a sua comercialização. Se o aterro estiver próximo a uma rede de distribuição de gás natural ele pode ser injetado no gasoduto, se estiver distante há a possibilidade de ser transportado em forma comprimida.
"A Sulgás, neste primeiro momento, ficará responsável pela coordenação de estudos preliminares por meio de análises técnicas, econômico-financeiras e sócio-ambientais", explica Artur Lorentz.
Gravataí já conta com a rede de distribuição da Sulgás que abastece a oito indústrias e três postos de combustíveis. A extração do gás a partir do aterro, além de trazer benefícios ambientais e à saúde pública do município, resultaria na antecipação de mercado para atendimento a indústrias e postos em outras localidades distantes do gasoduto.
Além do projeto em Gravataí, a Sulgás estuda o setor da suinocultura para a produção do gás oriunda do aproveitamento de dejetos dos animais.
Reaproveitamento do lixo urbano
De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2000, o Brasil produz aproximadamente 228 mil toneladas de lixo por dia, e grande parte desse total é depositado em áreas e aterros ilegais.
Somente 36,8% dos resíduos são levados para aterros sanitários em condições aceitáveis, ou seja, estão de acordo com a legislação. A técnica de aterros sanitários é considerada o método mais eficiente e com viabilidade econômica. A quantidade de resíduos produzida e não aproveitada poderia servir de matéria-prima para diversas indústrias, e gerar empregos em vários níveis da cadeia de processamento desse lixo.
Países como a Itália têm larga experiência na extração biogás a partir do lixo urbano. Grande parte da frota de ônibus desse país é abastecida com este tipo de combustível com comprovada eficiência energética.
(Assessoria de Comunicação do Governo do Estado, 22/05/2007)