Foi decretada nesta terça-feira (22/05) a prisão preventiva de sete dos 22 acusados de desvio de dinheiro da cobrança de ingresso para o Parque Nacional da Tijuca, onde fica o Cristo Redentor. O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ) entrou com denúncia na última sexta-feira (18) contra os integrantes da quadrilha desarticulada pela Polícia Federal no dia 10 de maio na operação batizada de Iscariotes.
Os sete acusados, que estão presos, são policiais militares do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur), acusados de conivência com o esquema que desviava a arrecadação da bilheteria e do estacionamento do parque, área de proteção ambiental controlada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama).
A denúncia foi feita pelos procuradores da República José Maria Panoeiro e José Schettino à 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, onde agora corre a ação penal. Segundo Panoeiro, os sete policiais já estavam detidos temporariamente desde a deflagração da operação pela Polícia Federal. Os outros acusados responderão ao processo em liberdade.
"Inicialmente, eles estavam presos para garantir as investigações. Agora eles foram afastados de suas funções e, como eram policiais militares, decidimos mantê-los presos para garantir o bom andamento do processo, evitando, entre outras coisas, que testemunhas pudessem ser ameaçadas", informou o procurador José Maria Panoeiro.
O esquema funcionava em duas frentes. Na primeira, os bilheteiros não emitiam os tíquetes de controle dos visitantes, embolsando a quantia arrecadada. Quando o Ibama suspeitou do esquema, contratou vigilantes da empresa Juiz de Fora, que também acabaram entrando no esquema de estelionato.
Na outra frente, os policiais militares que sabiam do esquema exigiram da quadrilha o controle do estacionamento de vans, arrecadando inteiramente o dinheiro de forma ilegal.
Segundo o procurador José Maria Panoeiro, os bilheteiros chegaram a arrecadar R$ 37 mil com a operação. Ele também informou que o Ibama estima em R$ 10 milhões o valor total do dinheiro desviado. Os 22 acusados responderão a crimes de estelionato, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
(Por Flávia Martin, Agência Brasil, 22/05/2007)