Indígenas da etnia Guajajara mantêm o bloqueio da BR-226, no trecho que liga a cidades de Barra do Corda a Grajaú, no Maranhão, desde o dia 8. Representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e dos indígenas ainda não chegaram a um acordo, pois querem que a Funai reabra seu núcleo em Barra do Corda.
O procurador do Ministério Público Federal no Maranhão, Luis Carlos Oliveira Júnior, que está cuidando das negociações, disse após visita à Reserva Cana Brava que os indígenas vão liberar a rodovia durante o dia e manter o bloqueio à noite. Segundo ele, os Guajajara se comprometeram a retirar a ameaça de incendiar as torres de transmissão de energia da Eletronorte, o que interromperia o abastecimento de energia em Barra do Corda.
A assessoria de imprensa da Funai informou que ainda não há previsão de data para uma reunião com as lideranças indígenas, que segundo o procurador estão dispostos a negociar. Ele lembrou que os bloqueios na BR-226 começaram quando a Funai extinguiu os três núcleos de apoio local para a criação de uma administração regional.
Um dos núcleos, explicou, era controlado pela etania Guajajara e o outro, pela etnia Canela. "Os dois grupos não se entendem. Existe uma rivalidade muito forte e não acreditam que com uma única administração regional, por maior que seja, haja entendimento, já que eles não conseguem conviver em uma mesma repartição", acrescentou.
A BR-226 liga Natal, no Rio Grande do Norte, a Wanderlânida, em Tocantins, e corta os estados de Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão e Tocantins. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, na região de Barra do Corda e Grajaú passam em média mil veículos por dia.
(Por João Porto, Rádio Nacional da Amazônia/Agência Brasil, 22/05/2007)