O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta terça-feira (22/05) um telefonema do primeiro-ministro britânico, Tony Blair. Durante a conversa, que durou 20 minutos, eles trataram de dois temas: as negociações no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a questão das mudanças climáticas.
Segundo informou o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, Blair disse a Lula que as próximas semanas serão decisivas para a obtenção de um acordo na OMC e, nesse contexto, destacou a importância da próxima reunião ministerial do G 4 (grupo formado por Brasil, Índia, Estados Unidos e União Européia), no dia 19 de junho. Blair anunciou, recentemente, que deixará o governo britânico no dia 27 de junho.
Durante o telefonema, Lula mencionou suas recentes conversas com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a respeito do tema e expressou otimismo em relação ao clima favorável para que se chegue a um acordo na OMC. "O presidente Lula, ao mesmo tempo em que reiterou que o Brasil está mais empenhado do que nunca nas negociações para a conclusão exitosa da Rodada de Doha, alertou que não se deve esperar que os países menos desenvolvidos reduzam suas tarifas a ponto de correr riscos de desindustrialização", disse o porta-voz.
Lula e Blair conversaram ainda sobre o tratamento que será dado ao tema da mudança do clima na próxima reunião do G 8 (grupo dos países mais desenvolvidos). "Eles concordaram quanto à importância de que se chegue a acordos sobre o assunto. O presidente Lula sublinhou, ainda, a importância de que se respeite o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, e lembrou a importância de que não seja colocado em causa o direito ao desenvolvimento", informou Baumbach.
Segundo Lula, acrescentou o porta-voz, qualquer política sobre mudança de clima deve levar em conta a necessidade dos países em desenvolvimento de obter avanços tecnológicos, fomentar o crescimento econômico e aumentar a geração de empregos. O presidente insistiu, ainda, na contribuição que pode ser dada pelos biocombustíveis para combater o aquecimento global.
Blair, segundo Baumbach, também concordou com a necessidade de que se discuta o tema da mudança do clima sem afetar o direito ao desenvolvimento.
(Por Ana Paula Marra, Agência Brasil, 22/05/2007)