ONGS DIZEM QUE GRANDES OBRAS SÃO MODELO ATRASADO
2001-11-07
Mas para Roberto Araújo, da ONG Ilumina, não há mais necessidade de grandes alagamentos, porque o sistema já teria capacidade suficiente de armazenar energia. O ideal, segundo o técnico, seria investir em usinas médias, PCHs e minibarragens. - A questão energética deve ser analisada a partir do enorme problema social brasileiro, opinou. A crise que gerou o racionamento de energia elétrica no País e sua relação com a privatização de empresas do setor também foi alvo de críticas dos participantes. Eles afirmam que a energia elétrica não pode ser tratada como uma mercadoria qualquer, uma commodity, porque é essencial ao bem-estar da população. Para José Drummond Saraiva, que também falou em nome da FNU, a privatização de parte do setor elétrico provocou uma total desestruturação do processo de fornecimento de energia e de sua utilização racional. Segundo ele - que convocou os participantes a promoverem ações de resistência à privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel) -, isso ocorre porque a lógica da privatização é tratar a energia como bem de mercado, o que teria atirado o País na crise atual. - Não sairemos dela em menos de dois anos, prevê Saraiva, que se declarou preocupado com a manutenção das empresas estatais geradoras no Plano Nacional de Desestatização.