MODELO ATUAL PRECISA SER APERFEIÇOADO DO PONTO DE VISTA SÓCIO-AMBIENTAL
2001-11-07
Outros defenderam a manutenção do modelo atual, com mudanças que o aprimorem nos aspectos ambiental e social, com ênfase na redução de impactos e soluções para as populações que são despejadas em razão das grandes inundações necessárias à instalação de usinas hidrelétricas. A discordância manifestou-se já na abertura do evento. - Não é possível continuar com esse modelo de barragens, que desestrutura comunidades e que agora avança sobre a Amazônia, ameaçando as populações indígenas e a biodiversidade, advertiu Cirineu da Rocha, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que representa cerca de um milhão de pessoas desalojadas por aquelas construções. - Não somos contra as barragens nem as usinas nucleares, desde que sejam feitas com segurança, com os menores impactos possíveis e que os atingidos sejam realocados e indenizados, contra-argumentou o secretário de energia da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Mauro Martinelli. Ele lembra que o Brasil tem ainda grande potencial hídrico para produção de energia, do qual apenas 24% são aproveitados. O mesmo argumento foi exposto pelo diretor da Associação de Empregados da Eletronuclear, Gunter Korte. - O modelo atual é correto, só precisa de correções. Grandes barragens permitem transferir energia de um ponto a outro do País, pelo sistema de transmissão interligada de que dispomos. O que não pode acontecer são os impactos social e ambiental, que são seqüelas injustificáveis, disse.