O Guaíba corre contra uma sina que parece recente, mas tem mais de 180 anos. As imundícies que contaminam a fonte de abastecimento de moradores da Região Metropolitana já assustavam viajantes em 1820.

- Os habitantes só bebem água da lagoa e, continuamente, vêem-se negros encher seus cântaros no mesmo lugar em que os outros acabam de lavar as mais emporcalhadas vasilhas - anotou o botânico francês Saint-Hilaire em seu diário de viagem.

Chamado de rio mas considerado lago pela maior parte da comunidade científica, o Guaíba motiva hoje (22/5)a série Rios Grandes do Sul, publicada por Zero Hora às terças-feiras até o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho). Também pauta planos de autoridades.

A exemplo da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), o Departamento Municipal de Águas e Esgotos (Dmae) da Capital busca limpar a sujeira que deságua no Guaíba. Tem a meta de, até a próxima década, ampliar o tratamento de 27% para 77% do esgoto da metrópole. É uma ajuda bem-vinda para que os viajantes do futuro encontrem uma nova Porto Alegre.
 
Para seu filho ler
O Guaíba é muito importante para Porto Alegre e outros municípios vizinhos. E não só porque virou um lugar para a gente ver o pôr-do-sol. É dele que sai a água que você usa para tomar banho e até beber.

Mas há um problema: o esgoto de um monte de casas vai para o Guaíba e deixa a água bem suja. Isso obriga que, antes de chegar à sua casa, ela passe por uma grande limpeza. Assim, você pode beber água sem medo de ficar doente.

Para que as empresas não precisem usar muitos produtos de limpeza e, no futuro, a conta de água não fique ainda mais cara para seus pais, você também pode ajudar. Evite jogar sacolas, garrafas de refrigerante e outros lixos no chão, porque, na primeira chuva, eles podem parar no Guaíba.
(Por Jaisson Valim, Zero Hora, 22/05/2007)