Das 30 superintendências regionais do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), cerca de 15 aderiram à greve nacional iniciada nesta segunda-feira (21/5). Os grevistas reivindicam contratação de cerca de 4.000 funcionários, aumento do salário-base e incorporação das gratificações --que representam 85% da remuneração-- aos salários.
Segundo o diretor nacional da Cnasi (Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra), José Vaz Parente, a falta de funcionários é responsável pela fraca resposta da autarquia frente às atividades desempenhadas.
Ele afirmou que a contratação de 1.300 funcionários em 2006 não foi suficiente para preencher os postos de trabalho vazios. Segundo Parente, dos 6.100 funcionários existentes hoje no Incra, 1.600 estão para se aposentar.
Os grevistas também se posicionam contra o Projeto de Lei Complementar 01/2007, do Poder Executivo, que regulamenta o limite de gastos com pessoal da União. O projeto, que está na Câmara dos Deputados, deveria ser retirado ou alterado, segundo Parente. "O aumento para gastos com pessoal previsto no projeto não dá sequer para cobrir as despesas com contratações de concursos já prestados", afirmou.
Esta é a quarta greve realizada desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva. E as reivindicações continuam as mesmas, de acordo com Parente.
"Na primeira, conseguimos um diálogo sobre estruturação de carreira e, nas duas últimas, só conseguimos acordos que não foram cumpridos", disse.
Outras superintendências, além das 15 que já decidiram pela greve, farão assembléias durante o dia de hoje para resolver se aderem ou não à paralisação.
(Por Johanna Nublat,
Folha Online, 21/05/2007)