A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (21/05) o início do que considera uma das fases mais complexas da construção do gasoduto Urucu-Manaus: o lançamento e travessia de dutos no Rio Negro, para o trecho que ligará a capital amazonense ao município de Iranduba.
A previsão da estatal é de concluir em julho essa etapa, cujos trabalhos já têm licenciamento do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e serão executados sob orientação da Capitania dos Portos de Manaus, com aprovação da Marinha.
O gerente de Projetos e Suprimentos do gasoduto, Júlio Almeida, destacou que nessa etapa "a estatal possui mais conhecimento e domínio da tecnologia, como a balsa-guindaste de lançamento, que há mais de 30 anos executa trabalhos de travessia semelhantes para a Petrobras".
Essa travessia, explicou, envolve dez quilômetros da linha principal do gasoduto: “Os tubos de 12 metros de comprimento e 20 polegadas de espessura serão embarcados na balsa, processo que compreende sete etapas, aí incluídas as de acoplamento e soldagem. Depois, os tubos serão revestidos com polietileno”.
Os trabalhos serão executados em dois trechos: o primeiro ligará a Ilha do Marapatá à refinaria Isaac Sabbá, em Manaus, e o outro partirá da Olaria Rio Negro (a três quilômetros do Porto de Cacau Pirêra, na ilha) para a Usina Termelétrica de Aparecida.
As obras de construção do gasoduto Coari-Manaus – com cerca de 670 quilômetros de extensão total – "estão dentro do cronograma e ficarão prontas conforme o previsto, em abril de 2008", acrescentou o diretor. O investimento total previsto é de R$ 2,4 bilhões. O gás natural substituirá o diesel e o óleo combustível usados atualmente na produção de grande parte da energia elétrica consumida no estado: na primeira fase de operação, o gasoduto transportará 4,7 milhões de metros cúbicos por dia.
Após a conclusão da obra – que deverá gerar cerca de 6 mil empregos diretos e 10 mil indiretos –, segundo Júlio Almeida, o gasoduto ainda passará por um processo de “condicionamento e operação assistida, e a perspectiva de chegada do gás a Manaus dependerá principalmente das condições de adaptação a serem feitas pela Eletronorte e pelas térmicas que operam na região”.
Dados divulgados pela Petrobras indicam que a substituição do óleo combustível e do diesel nas termoelétricas pelo gás natural de Urucu proporcionará uma economia anual de R$ 1,2 bilhão, “não só aos cidadãos do Amazonas, mas também a todos os brasileiros - já que os usuários de energia elétrica de todo o país subsidiam, por meio da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), o consumo de energia elétrica daquela região”.
A estatal informou ainda "cem comunidades localizadas no raio de influência do gasoduto (cinco quilômetros) serão beneficiadas com projetos que visam à promoção da cidadania e ao estímulo à geração de renda e à preservação ambiental”. Nessa área de influência, acrescentou, “cerca de três mil pessoas participaram de reuniões em que reivindicaram a construção de 125 quilômetros de dutos ramais até as sedes dos municípios por onde passará o gasoduto". E para a essa demanda, a Petrobras pretende investir mais R$ 70 milhões.
(Por Nielmar de Oliveira, Agência Brasil, 21/05/2007)