O presidente da Cooperativa Agropecuária Capanema, Frederico Paes, defendeu nesta segunda-feira (21/05) a adoção de um "modelo competitivo" na produção brasileira de álcool, para evitar que pequenas empresas não sejam "engolidas" pelas grandes produtoras. "Se a gente não tiver um modelo competitivo, é muito difícil as pequenas destilarias sobreviverem".
Ele participou nesta segunda-feira do 1º Seminário de Tecnologia para a Pequena Produção de Álcool (Tecppa), que reuniu representates de cooperativas, dos ministérios do Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
Na avaliação dele, o governo federal precisa investir mais na produção e exportação do álcool. "Isso foi muito discutido quando o presidente dos Estados Unidos [George W. Bush], mas ainda não há praticidade e metas de planejamento".
De acordo com o coordenador geral de Açúcar do Ministério da Agricultura, Aloexandre Strappasson, é que 77 novas usinas de álcool estejam funcionando no país até 2010. Atualmente, há 350 uninas. "Com a entrada dessas novas indústrias, a tendência é a produção crescer ainda mais nos agronegócios".
O investimento em uma usina com capacidade para a moagem de dois milhões de toneladas de cana-de-açúcar, por exemplo, é de cerca de R$ 300 milhões.
De acordo com o vice-presidente da Confederação nacional da Agricultura e Pecuária no Brasil, Fábio de Salles Meirelles, o debate é começo para estabelecer metas e projetos ao setor.
"É preciso fazer um programa que inclua o micro, o pequeno e o médio empresário. Mas cada caso é diferente, e é preciso planejamento e um programa adequado de investimento estabelecido pelo governo", avalia. "O objetivo do debate é ampliar a produção do etanol e a agricultura energética. Então, temos que aproveitar essa situação para tentar resolver o problema social e econômico do homem do campo". O seminário segue até esta terça-feira (22/05).
(Por Bárbara Lobato, Agência Brasil, 21/05/2007)