O combate ao aquecimento global e a preservação do meio ambiente ocupam a pauta do primeiro dia de trabalho efetivo do novo governo francês, que tomou posse na sexta-feira (18/05). O presidente recém-empossado, Nicolas Sarkozy, e o ministro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Alain Juppé, passam a segunda-feira em reuniões com ONGs, cientistas e especialistas em meio ambiente para discutir as estratégias que a França deverá adotar nessa questão.
Sarkozy já havia afirmado, em seu discurso de vitória nas eleições e também durante sua posse, que a luta contra o aquecimento global será uma das principais prioridades de seu governo. As reuniões desta segunda-feira têm o objetivo de preparar uma grande conferência ambiental que será realizada na França, em setembro ou outubro, onde serão anunciadas medidas para combater as mudanças climáticas. O governo reitera que "não se trata de mais uma reunião, mas sim de iniciar negociações sobre a adoção de medidas concretas para os próximos cinco anos".
Importância
Para se ter uma idéia da importância que o governo francês está dando à questão, a conferência de setembro, que começa a ser preparada nesta segunda-feira, está sendo chamada de "Grenelle do meio ambiente" - uma referência aos acordos de Grenelle, assinados durante as greves e conflitos de maio de 1968 que paralisaram a França. O novo governo francês começa a discutir de forma ampla, com organizações ambientalistas e especialistas, estratégias para contribuir de forma mais ativa com a preservação do meio ambiente.
Participam grandes ONGs internacionais, como Greenpeace e WWF, além de organizações francesas, como França Natureza, uma federação que reúne três mil associações ambientais do país. Inúmeros especialistas em desenvolvimento sustentável, pesquisadores e, até mesmo, economistas se reúnem na tarde desta segunda-feira com Sarkozy e o ministro Juppé. A França deverá anunciar nos próximos meses um plano governamental para o meio ambiente com inúmeras medidas, que incluem a política de transportes urbanos, utilização de energias renováveis e biocombustíveis e, até mesmo, os transgênicos.
Mas, por enquanto, o governo já anunciou que não deverá reformular seu programa energético nuclear, responsável por quase 80% da energia elétrica produzida na França. Em seu editorial desta segunda, o jornal Le Figaro escreve que a França deverá lutar em três campos ambientais: limitar as emissões de gás carbônico para reduzir o efeito estufa, controlar os recursos naturais, como água, petróleo e urânio, e preservar a biodiversidade.
(BBC BRASIL, 21/05/2007)