ECOTURISMO PRECISA ENVOLVER COMUNIDADES LOCAIS
2001-11-07
- A prática do ecoturismo precisa ser mais participativa, incluindo no seu plano de manejo, a interação com as comunidades locais, acredita Maria Inez Pagani, doutora em Ecologia pela Universidade Federal de São Carlos (SP). Uma crítica que ela faz é a não obrigatoriedade da elaboração de Plano de Manejo para essa atividade, com exceção das Unidades de Conservação (UC). - Para trabalhar com ecoturismo é necessário, além do plano de manejo, o zoneamento de áreas destinadas a visitação e dentro desse plano um projeto para a realização do ecoturismo, explica Maria Inez, uma das conferencistas convidadas para o V Congresso de Ecologia que ocorre em Porto Alegre até Sexta-feira. Um dos aspectos pouco trabalhados nessa atividade, de acordo com Maria Inez, são os índios e sua participação no ecoturismo. - A cultura indígena deve ser respeitada, entendida e utilizada sem ser descaracterizada, é uma oportunidade de conhecer a natureza, diz. De acordo com ela, os indígenas, muitas vezes acusados de depredarem a natureza, são na verdade, vítimas da influência do branco. - Temos que ver como eles eram antes e a forma como são impedidos de viver sua vida como era originalmente, argumenta. A estudante de Ecologia, da UNESP, de Rio Claro(SP), Isadora Parada, acredita que o ecoturismo pode desfigurar a identidade das comunidades locais. - Tem que existir o ecoturismo cultural, para que, além de aprendermos sua cultura, seja possível manter os aspectos sócio-culturais dessas pessoas, defende Isadora que trabalha no Parque Estadual da Ilha do Cardoso, no Litoral Sul de SP.