Cada brasileiro produz, em média, 1 quilo de resíduo sólido por dia. Somente em Porto Alegre, o DMLU recolhe 1,3 tonelada/dia de lixo, além de 60 toneladas resultantes da coleta seletiva. O problema é o que fazer com esses dejetos, depois que saem das casas e que, de alguma forma, retornam ao ambiente. Dos 496 municípios gaúchos, 380 estão licenciados pela Fepam para tratar o lixo. O técnico de Meio Ambiente da Famurs, Valtemir Goldmeier, afirma que o índice está acima do nacional, que é de 20%.
Mais de 66% do lixo produzido no Estado vai para aterros sanitários. O restante, para aterros controlados. Financeiramente, é impossível aos 230 municípios gaúchos com até 5 mil habitantes ter um aterro sanitário. A solução, de acordo com Goldmeier, é a criação de consórcios, que reduzem os custos das prefeituras e podem garantir a segurança ambiental do destino final do lixo. Exemplo de aterro sanitário privado e eficiente no RS é o Sil - Soluções Ambientais, de Minas do Leão. No local, são depositados os rejeitos de 120 municípios, inclusive os de Porto Alegre, desde o final de 2005.
O diretor-geral do DMLU, Mário Moncks, ressalta que o melhor seria reduzir ao mínimo a produção de resíduos. 'Separar o lixo orgânico do seco é uma ação de preservação do ambiente e representa fonte de renda para 700 pessoas', afirma. O lixo gera R$ 400,00 ao mês a cada integrante das cooperativas.
O destino do resíduo sólido deve ser regularizado até 2010, segundo a lei 11.445/2007, que cria política nacional para o setor. O conselheiro da Agergs Pedro Bisch Neto revela que 79,1% das cidades não têm legislação para a limpeza urbana, 55,3% terceirizam a coleta e 12,6% depositam seus dejetos em lixões.
(Por Mirella Poyastro, Correio do Povo, 19/05/2007)