A pontualidade que marcou o início da construção do conduto Álvaro Chaves, em Porto Alegre, às 9h de um distante 2 de maio de 2005, não se repetirá no seu término.
Pela previsão atual, a obra destinada a reduzir o número de alagamentos deverá ser entregue com cerca de um ano de atraso. O cronograma original previa que a maior parte da galeria subterrânea projetada para escoar a água da chuva em direção ao Guaíba estaria concluída até dezembro de 2006 - com exceção de um pequeno trecho em janeiro de 2007. Meses depois desses prazos, três grandes obras ainda estão em execução na Cristóvão Colombo, Coronel Bordini e Santa Rita.
Depois da conclusão dessa etapa, estimada para agosto, serão necessários outros dois meses de obras complementares, destinadas a ligar a galeria subterrânea que forma o conduto à rede de esgoto pluvial já existente.
- Serão obras curtas, de três ou quatro dias, mas dependemos da EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) para planejar as alterações de tráfego. Por isso, ainda não temos as datas - afirma o diretor da Divisão de Obras e Projetos do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Sérgio Zimmermann.
Novembro deverá ser reservado para a realização de testes, o que empurra a inauguração provavelmente para o mês seguinte. Alguns dos pontos ainda não-concluídos já somam atrasos de quase dois anos em relação à programação do começo da construção. Na Rua Xavier Ferreira, por exemplo, o cronograma previa a conclusão dos trabalhos em junho de 2005, mas a tarefa só deverá ficar pronta depois de setembro.
Em parte dos casos, isso se deve a mudanças dentro do cronograma, com a transferência de algumas fases da construção do começo para o fim da obra. Além disso, segundo o DEP, dois incidentes ocasionaram um atraso acumulado de oito meses: a chuvarada que atingiu a Capital em 4 de novembro de 2005 e se concentrou na região da obra, e o surgimento de grandes rachaduras em um prédio da Rua Mata Bacelar - o que exigiu um novo estudo de solo e a instalação de um sistema de monitoramento nos edifícios da rua.
Zimmermann afirma que a força da enxurrada surpreendeu o órgão, que não levava em consideração no projeto inicial o impacto da chuva - justificativa freqüente para atrasos em obras públicas. O presidente da Associação Cristóvão Colombo, Beto Rigotti, cobra rapidez.
- Acreditamos em algumas dessas dificuldades, mas esperamos que o que falta seja concluído no prazo. Temos preocupação com as obras que vão ligar o conduto à rede - avalia.
(Por Marcelo Gonzatto, Zero Hora, 21/05/2007)