Integrantes do MST voltaram a pressionar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) pela desapropriação da Fazenda Southall, em São Gabriel. Na manhã de sexta (18/5), cerca de 250 pessoas marcharam do acampamento até uma das porteiras da fazenda, onde estão preparando a terra para plantar trigo e árvores nativas.
Em março, o Incra finalizou a vistoria da fazenda e apontou crimes ambientais cometidos pelo proprietário, o que torna a área passível de ser desapropriada para a reforma agrária. Na ocasião, o Incra afirmou que encaminharia o processo, mas até o momento as famílias não têm notícias de como está o caso em Brasília.
É o que explica Ivanete Tonin, da coordenação estadual do MST. "Completa nessa semana, os dois meses de divulgação, por parte do Incra, que nessa semana a fazenda seria desapropriada pelo governo Lula e até agora não aconteceu. Já que ela foi anunciada, nós queremos que o Incra se posicione. Também pretendemos semear trigo para melhorar a nutrição das famílias", diz.
A Fazenda Southall possui 13.222 are, que poderiam abrigar cerca de 600 famílias. Os sem terra ainda avaliam se transferem o acampamento, que fica a um quilômetro da fazenda, para perto da porteira. Parte da fazenda foi adquirida pela Aracruz Celulose no ano passado, mas o processo segue indefinido.
Já em Pedro Osório, na Zona Sul, integrantes do MST realizaram uma marcha no interior da Fazenda da Palma nesta quinta. As famílias acampadas reivindicam a desapropriação da área, que tem pouco mais de dois mil hectares.
(Por Raquel Casiraghi, Agência Chasque, 18/05/2007)