Estudo elaborado pela ONG (Organização Não-Governamental) Repórter Brasil, apresentando no encontro sobre o 2º Ano do Pacto de Erradicação para o Trabalho Escravo, revela que a atividade pecuária representa 62% da mão-de-obra escrava utilizada hoje no país. Em segundo lugar vem a produção de carvão, com 12%; a soja com 5,2%; e o algodão, com 4,7%.
Em relação ao estudo elaborado pela entidade em 2004, o índice da pecuária baixou 18 pontos percentuais —representava 80% do trabalho escravo. Segundo o jornalista e cientista político Leonardo Sakamoto, presidente da Repórter Brasil, o estudo é baseado em dados do Ministério do Trabalho. Por ano, uma média de 4.000 trabalhadores são encontrados em condições análogas à de escravidão. Segundo Sakamoto, estima-se que 25 mil pessoas são escravizadas a cada ano no Brasil.
Estados
De acordo com o estudo apresentado, o Estado campeão em utilização de trabalho escravo é o Pará —tanto em número de trabalhadores libertados como de propriedades que utilizam este tipo de mão de obra. O Mato Grosso é o segundo, seguido de Rondônia. Para Sakamato, o aumento do cultivo de cana e soja nas regiões do Pará e no Mato Grosso, que deve se acentuar ainda mais nos próximos anos por causa da expansão da bioenergia, “pode significar uma degradação nas condições dos trabalhadores, inclusive do trabalho escravo”. “O combate a isso passa por diversos fatores, entre eles, o fim da impunidade”, afirma o pesquisador.(Por Ricardo Viel, UOL, 20/05/2007)