Priorizar os projetos de parques eólicos cearenses e apoiar novos investimentos nessa área, é a proposta apontada como alternativa para se evitar um possível apagão elétrico, na região Nordeste, a partir de 2008. Segundo o diretor de Infraestrutura da Agência de Desenvolvimento do Ceará, Adão Linhares, no atual contexto, ´é a melhor saída. É economicamente viável e pode contribuir de uma forma mais rápida para incrementar a disponibilidade de energia elétrica´.
Linhares mostrou preocupação com a possibilidade de faltar energia para atender o consumo impulsionado pelo desenvolvimento econômico, incentivado pelo PAC. ´Mesmo com as chuvas, a redução nos níveis dos reservatórios que geram energia hidrelétrica ocorre ano a ano´. ´Essa diminuição já ocorre a partir de abril. A nossa preocupação é que não seja suficiente para atender a demanda´, reforçou Linhares.
Ele citou que o Ceará, está com 14 projetos de parques eólicos financiados dentro do Programa de Infra-estrutura de Energias Alternativas (Proinfa), uma iniciativa do setor privado que poderá aliviar o quadro. Ao todo, produzirão 500 MW e uma previsão de se instalarem no fim do próximo ano. ´Mas essas plantas de geração de energia já estão previstas no programa energético para a região, precisamos de novas usinas´, destacou.
Quanto às térmicas, Adão Linhares lembrou ´que não têm gás natural. As duas térmicas cearenses não estão funcionando, por falta do combustível´. São estesa, aliás, que a Petrobras se comprometeu, mediante termo a ser assinado com a Aneel, a fornecer o gás para a geração elétrica em 2008.
Para Jorge Parente, vice-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), as atuais usinas hidreelétricas não são suficientes para suprir a necessidade das empresas, nos próximos três anos, em função do incremento na economia. ´O acréscimo vem ocorrendo e olhe que o crescimento brasileiro previsto não é superior à 5%. Mesmo nessa realidade, não há como abastecer a região os próximos três anos´.
´Estamos prestes a enfrentar uma crise emergencial, a melhor alternativa é investir na geração de energia eólica — é limpa, renovável e possível no Nordeste´. ´Na prática não há investimentos no setor energético no Nordeste. O governo federal devia dá prioridade aos parques eólicos cearenses, pois se aprovados levam de 18 a 24 meses para serem implantados´, destacou.
AtraçãoEstá em curso um trabalho do Conselho de Desenvolvimento Econômico para atrair para o Ceará, a argentina Impsa, que instalará no Nordeste uma fábrica de geradores eólicos. A empresa é uma das três que implantarão usinas eólicas no Ceará. As outras são a cearense Servtec e a portuguesa HLC. O Estado já conta com uma fábrica de pás e torres de geração eólica, no Pecém, a Wobben, que dsetina a maior parte da sua produção para o mercado externo. Está em vias de receber a alemã Fuhrlander, também no complexo do Pecém.
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Power Energéticas/ Diário do Nordeste, 18/05/2007)